sexta-feira, novembro 30, 2012

ELEITOS PELOS CREDORES?



Passos Coelho substituiu Vítor Gaspar no anúncio de novas medidas de austeridade logo a seguir à aprovação do Orçamento de Estado para 2012.

Uma entrevista à TVI serviu para lançar mais umas ideias para aumentar a austeridade e para o 1º ministro vir plagiar outra personagem, afirmando que “com certeza que chegaremos lá vivos”.

Não há qualquer novidade relativamente ao pensamento de Passos Coelho e Vítor Gaspar, cuja principal preocupação é a satisfação total dos interesses dos credores, como se de facto tivessem sido eleito por eles e não pelos eleitores nacionais, a quem a austeridade está a lançar para a miséria.



quinta-feira, novembro 29, 2012

OS RESULTADOS DE PASSOS



Passos Coelho veio à TVI dizer que já se começam a ver resultados da boa (?) governação deste executivo por ele chefiado. As perguntas sobre os resultados vieram, mas o 1º ministro preferiu salientar as positivas que para ele se prendiam sobretudo com a maior cobertura das importações pelas exportações.

Os maus resultados como o aumento de impostos e o aumento do desemprego, foram justificados pelo esforço de ajustamento, ainda que a dívida pública continue a aumentar.

Afinal por causa do ajustamento aumentaram as dificuldades e o desemprego, e para ajustar mais, corta-se nas prestações sociais! Então estas são as preocupações sociais deste governo?



terça-feira, novembro 27, 2012

A VACA E O BURRO



O Adriano é o empregado do café da esquina, onde eu paro muitas vezes depois do almoço. Ele é um rapaz na casa dos 60 anos que sempre esteve ligado à restauração, tendo sido até dono de um pequeno café que vendeu depois da morte da companheira.

Na mesa comentavam-se as notícias do dia e o Juvenal lembrou aquela do Papa que veio dizer que Jesus não nasceu no dia de Natal, e que quando nasceu, o menino não estava ladeado por uma vaca e por um burro, para além dos ilustres pais.

A discussão religiosa fez-se ouvir, outros diziam que lhes era indiferente, mas o Adriano rematou:

- Estou admirado que o Papa, sendo alemão, não tenha reparado na Merkel e no Passos Coelho.

Depois dum silêncio de dois ou três segundos, as gargalhadas irromperam no café. É que o Adriano não é homem de muitas falas, mas quando fala é invariavelmente divertido.


domingo, novembro 25, 2012

OS SACRIFICADOS

O panorama para os trabalhadores portugueses é cada vez mais negro, pois apesar de todo o aperto de cinto imposto pelo governo, Portugal continua a ver a sua dívida pública a subir, e a recessão é cada vez mais evidente.

De todos os impostos, e são muitos, o único que tem contribuido todos anos em sentido crescente tem sido o IRS, enquanto os outros impostos, apesar dos aumentos impostos, têm vindo a decrescer.

Directamente nas despesas do Estado o que mais pesa são os cortes nos subsídios de férias e de Natal dos funcionários públicos e pensionistas, o que não obsta que a despesa do Estado aumente, não só pelo aumento das despesas sociais e sobretudo dos encargos da dívida pública.

O ano de 2013 apresenta-se ainda mais negro para quem trabalha, amenos que o povo se una e decida acabar com estes sacrifícios inúteis por causa da incompetência e teimosia dos governantes.


quinta-feira, novembro 22, 2012

CHANTAGEM INDECENTE



É conhecida a sanha com que este governo e a maioria parlamentar que o apoia se lança contra os funcionários e contra os serviços públicos, que nas suas palavras são sempre a causa dos nossos problemas económicos.
Agora foi António Pires de Lima, destacado membro do CDS, que veio dizer que os impostos podem vir a sofrer um aumento em 2014 se o peso do Estado não for repensado.

Não será apenas com mais cortes nos serviços do Estado e nas prestações sociais que se garantirá a sustentabilidade do Estado social, até porque se sabe que a origem dos nossos problemas económicos foi da má governação dos últimos trinta e tal anos. Não será cortando no Estado social numa altura em que ele é mais necessário, como agora, que as coisas melhoram.

António Pires de Lima sabe muito bem que quanto mais serviços do Estado forem entregues a privados, mais caros serão os serviços prestados e maiores terão que ser os impostos a cobrar, pois o Estado ficará reduzido apenas às receitas dos impostos. Talvez Pires de Lima desse falar dos submarinos, do BPN, das PPP’s, da destruição dos sectores produtivos, como a agricultura e as pescas nos anos dourados do cavaquismo, e nas incorporações das pensões dos bancários para as quais não temos agora provisões.

A estratégia de virar os trabalhadores uns contra os outros, público versus privado, já está gasta, e o desmantelamento do Estado não evitará que os executivos continuem a colocar boys em tudo que seja estrutura.

Por último convém dizer que este governo não tem legitimidade para fazer a discussão apressada sobre que tipo de Estado social querem os portugueses, sem um referendo ou sem se sujeitar a votos com um programa que o preveja. Qualquer encenação sobre essa discussão feita a mata-cavalos, não será mais do que uma fantochada para enganar tolos.


Coelho dixit

terça-feira, novembro 20, 2012

INCONGRUÊNCIA



Todos conhecemos a “determinação” (eu diria teimosia) de Passos Coelho e de Vítor Gaspar, na recusa absoluta em renegociar os juros da dívida nacional, e a recusa em renegociar os prazos de pagamento da mesma.

O povo português foi sujeito a uma austeridade asfixiante e ao aumento brutal dos impostos, que resultou num aumento do desemprego nunca visto, e no aumento das dificuldades mesmo para quem tem a felicidade de ainda ter um emprego.

Mas será que as coisas são mesmo assim para todos, ou será que existem algumas excepções? Será que o critério da “determinação” se aplica em todos os casos?

Passos Coelho e Vítor Gaspar estão a estudar a descida dos juros pagos pelos bancos resgatados, parecendo deste modo dispostos a “negociar” uma descida a pedido dos banqueiros nacionais.

A conclusão é bastante simples: o Governo não quer negociar as condições de pagamento da dívida nacional, mas pondera negociar a dívida dos bancos ao Estado, baixando-lhes o juro. Os impostos sobre o trabalho aumentam, mas isso é apenas um pormenor.