quarta-feira, novembro 11, 2020

A ARTE DE GOVERNAR PARA OS GRANDES MERCEEIROS

A coberto da epidemia de Covid, e do estado de emergência estamos a assistir aos maiores disparates deste Governo, que parece alheado de bom senso nas medidas e afirmações com que nos brinda.

A medida de limitação de circulação nos próximos dois fins de semana a partir das 13 horas, e consequente fecho de lojas, cafés e restaurantes a partir dessa hora, é alvo de todas as críticas, e com bastante razão. O problema não está na necessidade de restringir movimentos, mas sim na ineficácia anunciada, pelas injustiças que cria, e até pelas excepções conhecidas.

Durante muito tempo a nossa sociedade sobreviveu com o comércio fechado aos sábados à tarde e aos domingos, em que abertos só estavam os cafés, restaurantes, e actividades ligadas à Cultura e ao lazer, bem como algumas farmácias, e ninguém morreu por causa disso.

Agora o Governo pretende, ao abrigo do estado de emergência, fechar tudo a partir das 13h aos sábados e domingos, exceptuando os supermercados, que como se sabe são quase todos das grandes cadeias alimentares. Esta excepção não se entende, até porque essas superfícies vendem muito mais do que os artigos constantes das excepções consideradas (alimentação e higiene), podendo assim praticar uma concorrência desleal com o beneplácito do Governo. Mais, os grandes merceeiros do pedaço preparam-se para alargar os seus horários.

Outro disparate que não pode passar sem ser referido prende-se com afirmações do ministro Eduardo Cabrita que veio ameaçar que “se for necessário”fecha as estradas e ferrovias” para controlar o cumprimento dos limites à circulação nos fins de semana. Este tique autoritário do senhor ministro, que das recomendações, passou às participações com carácter punitivo, e agora ao bloqueio de estradas e ferrovias, é excessivo e coloca mesmo em causa a aceitação deste estado de emergência, tal qual nos foi apresentado.

Se alguém beneficia destas medidas são os supermercados e a grande distribuição, é a conclusão a que podemos chegar, isto sem questionar a bondade de evitar contactos sociais e familiares...

 


 

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