Hoje fui a uma superfície
comercial para comprar o Euromilhões, que por acaso é vendido na cafetaria à
saída do supermercado. A fila era dumas vinte pessoas, quando cheguei, mas
passados uns cinco minutos já só tinha umas quatro pessoas à minha frente, ainda
que o cliente ao balcão ser ainda o mesmo de quando cheguei.
O avanço da fila tinha ocorrido
pela desistência dos clientes. Desviei a atenção para a moça que estava dentro
do balcão e era evidente que estava atrapalhada com a luva que calçava para
fazer as sandes, descalçava para fazer os sumos de laranja, calçava de novo
para partir um croissant ao meio, e voltava a descalçar para tirar os cafés que
transbordaram as chávenas.
À minha esquerda surge um outro
funcionário que eu já vira antes na cafetaria, que calmamente começou a retirar
louça suja das mesas. Os minutos passavam e depois de dez de espera, a moça
estava a atender o segundo cliente, e o funcionário mais antigo passou para
dentro do balcão e plantou-se na caixa registando os pedidos que eram feitos à
colega, mas ajudar que é bom, nada.
Quinze minutos depois de chegar a
fila tinha umas trinta e tal pessoas, apesar das muitas desistências e eu estava
em segundo lugar, e foi quando o funcionário decidiu ir para a máquina do
Euromilhões e outros jogos, e chamou quem estava na fila para comprar jogo, e lá
fui eu ser atendido, mas pelos vistos para jogo eram só três clientes, pelo que
a fila não melhorou muito.
Quando acabei de comprar o jogo
saí e olhei para as caixas do supermercado e, apesar de ser um cliente semanal
do mesmo, não vi uma única cara conhecida, o que já é normal.
Os trabalhadores destas
superfícies são jovens contratados a prazo, com baixos salários, que
naturalmente não chegam a aquecer o lugar. A qualidade do serviço prestado
ressente-se disso, e a culpa não é dos pobres trabalhadores precários mas sim
de quem usa e abusa desta precariedade e dos baixos salários.
Eu já só compro aqui uma pequena
parte do que necessito, mas vou passar a evitar cá vir, não só pela baixa
qualidade do serviço, mas também porque me sinto cúmplice desta situação. Vou
experimentar outras lojas como já fiz para comprar o pão, a carne e o peixe.
E faz muito bem. Aqui naquele que vou habitualmente as empregadas estão há alguns anos. Aos fins de semana tem caras novas mas são pessoas que trabalham noutros empregos e fazem o sábado ou o domingo lá para ganharem uns extra. Sei disso porque uma dessas pessoas é filha de uma amiga minha cujo trabalho normal é numa creche. Atualmente no Barreiro existem muitas dessas superfícies, entre Pingo Doce, (4) Continente (4) Lidl (2) Intermarche (1) Jumbo (1), mas habitualmente só frequento dois e é desses que falo.
ResponderEliminarAbraço e uma boa semana