terça-feira, outubro 22, 2019

MUSEUS E FALTA DE PESSOAL


Já muito se falou sobre a falta de pessoal nos museus, palácios, e monumentos, contudo o problema não só não foi resolvido como ainda se tem agravado com o passar do tempo.

Existem sectores cuja falta de pessoal afecta não só o funcionamento normal, como impede a fruição por parte dos visitantes de certos espaços e colecções, bem como acaba por colocar em risco o próprio património.

Não se podem ter abertos museus, palácios e monumentos sem o necessário pessoal de vigilância, isso e uma evidencia, mas pelos vistos isso não é entendido nem pelo Ministério da Cultura nem pelo das Finanças, que bem podiam resolver a situação.

Outra lacuna enorme verifica-se na área de conservação e restauro, pois já quase não temos artífices que dentro dos serviços possam proceder as necessárias operações de manutenção e restauro das peças, estando tudo dependente da contratação externa, o que é sempre muito difícil e acontece sempre fora de tempo, normalmente quando as pecas já estão em muito mau estado.

Outros grandes óbices para a contratação de profissionais para estas duas áreas são os salários miseráveis que são oferecidos, na casa dos seiscentos e tal euros, os horários especialmente na área da vigilância, as condições de trabalho, e as carreiras sem qualquer tipo de possibilidade de progressão.

O dinheiro é sempre o argumento para explicar estas carências, mas penso que o problema é mais de natureza politica e de falta de sensibilidade para as questões do Património.



1 comentário:

  1. Pedro Detective11:54 da tarde

    Gostei deste texto e quero acrescentar que alguns museus não têm só falta de pessoal mas tb têm falta de peças. E se algumas arruinaram-se até desaparecerem outras foram "trocadas" por cópias, como é o caso da quase totalidade das mangas da farmácia dos monges no convento de Mafra. Pergunto onde estão as originais?...no mesmo museu a última vez que ví o retrato de D. Carlos, de corpo inteiro. pintado por Columbano tinha a parte de baixo com falta de tinta e as partículas espalhadas pelo chão. Estamos a falar de um quadro valioso, que valerá dezenas de milhares de euros. Ainda no mesmo museu a sala de jantar decorada com hastes de veado e peças de caça embalsamadas, tem falta da enorme mesa de jantar que se evaporou!... no lugar desta existe a "substituta" que nada tem a ver com o resto. Continuando a visita na sala de exposição ao lado da biblioteca foram os expositores de madeiras nobres e confecção esmerada
    "trocadas" por uns mamarrachos de contra-placado que me deixaram envergonhado de vergonha alheia. Para terminar, quando cheguei à biblioteca reparei que nas estantes há faltas de livros e noutras zonas das mesmas, encadernações de obras que não terão mais de uma vintena de anos.

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