A senhora deputada Emília Cerqueira disse em conferência de imprensa
que “são todos umas virgens ofendidas” (por falarem do caso), depois de revelar
que “inadvertidamente” tinha registado a presença do deputado José Silvano, ao
ter usado a password do mesmo.
Não sei se a senhora deputada é ingénua ao ponto de julgar
normal que nas empresas é prática corrente a partilha de passwords, pessoais e
intransmissíveis, que por responsabilizarem os seus proprietários, são obrigatoriamente
trocadas depois de algum tempo de uso, por questões de segurança. Não é normal,
nem para mim utilizador, nem para qualquer administrador de rede.
Dizer que a partilha de passwords é comum no Parlamento,
como se infere das suas declarações, deixa qualquer um preocupado, já que todos
sabemos que os deputados têm acesso a informação que devia ser sigilosa, e que
pelos vistos esse sigilo está seriamente comprometido com estas práticas.
Também fiquei preocupado com uma afirmação anterior de outro
deputado que insinuou que como não existe qualquer consequência prevista para
deputados que incorram em incidentes desta natureza, não podiam ser accionados
outros procedimentos contra o deputado José Silvano, e depreendo que contra
quem partilha a sua password.
Qualquer funcionário público que incorresse neste “pecadilho”,
e fosse apanhado, seria sujeito a um processo disciplinar e seria certamente
punido, e existem exemplos bem recentes.
O que eu gostava de saber é o seguinte: poder-se-á perder a virgindade com uma password?
ResponderEliminarO velho abraço de sempre