Quando ontem pela manhã ouvi os
títulos dos jornais, e este título, «Governante admite viver em Lisboa mas não
desiste do subsídio», julguei que era alguma piada do tipo das do Inimigo
Público.
Depois da viagem para Lisboa e da
passagem pelo quiosque dos jornais, fui direito à notícia, e lá estava
escarrapachado que o Secretário de Estado do Ambiente «não vai prescindir dos
360 euros, que “correspondem ao valor aproximado “ do custo da sua casa do
Algarve».
Não era piada, era mesmo o que se
passava e as intenções do senhor governante, que se achava com direito a
receber essa quantia, só porque tinha despesas com uma casa que comprara antes
de aceitar o lugar. Saberá este senhor quantos trabalhadores estão deslocados
do local da sua residência por motivos laborais? É que esses não aceitaram
voluntariamente um cargo de nomeação política, mas tiveram que aceitar por
motivos de sobrevivência.
Ao final do dia lá estava outra
notícia, agora actualizada, onde o senhor Carlos Martins afirma deixar de
receber o subsídio de alojamento, sem reconhecer que o fazia ilegalmente, mas
apenas porque “este injusto caso se alastra e com o objectivo de preservar a
minha imagem, o bem-estar dos meus, e a normalidade do funcionamento do
Ministério do Ambiente”.
Noutro país com mais consciência
política e com políticos com mais sentido de Estado, a demissão tinha sido
imediata e um pedido de desculpas encerrava o caso, mas estamos em Portugal…