Quase todos os autores coincidem
em que 1415 e a conquista de Ceuta marcam o início das descobertas portuguesas,
período glorioso da nossa História que se prolonga até à empresa do D.
Sebastião que nos levaria a 40 anos de dominação espanhola.
Quem sou eu para contrariar os
nossos historiadores, que também glorificam o infante D. Henrique, como um
visionário e impulsionador da nossa saga marítima?
Claro que posso constatar que a
conquista de Ceuta era benéfica para a nobreza, que daí extraia vantagens,
ainda que ao país a manutenção dessa praça fosse ruinosa. É também muito
evidente que a partir de certa altura foi o interesse comercial que comandou as
descobertas para além das Canárias.
Depois dos interesses duma
nobreza que perde a sua importância com D. João II e com D. Manuel, surge uma
classe burguesa que impulsiona em larga medida a expansão marítima. A expansão
da fé esteve presente, por conveniência e para servir de justificação, e irá
por acabar por ser um entrave, já que D. João III e a Inquisição acabariam por
correr com os judeus e com isso boa parte da importância mercantil vai para os
países baixos , onde eles encontrariam guarida.
O mito criado em redor do infante D.
Henrique, que tinha largos proventos com a empresa marítima, pode muito bem
derivar da tentativa de fazer esquecer Alfarrobeira e a morte trágica de D.
Pedro.
Nota: Este texto foi o embrião
duma tese apresentada há cerca de 30 anos, que na altura não foi muito bem
recebida, mas que depois foi seguida por bastantes colegas.
A nota não foi famosa mas depois veio o reconhecimento
ResponderEliminarBjos da Sílvia