Quando se fala em “começar a
discutir” o aumento do salário mínimo nacional, num país onde as horas de
trabalho aumentam, os salários baixam, os despedimentos são facilitados e os
direitos são diminuídos, muitos se perguntam sobre as reais intenções de
patrões e do governo.
O pretexto com que chegou a este
estado de coisas, onde quem trabalha está a ser obrigado a pagar por erros de
outrem, tem sido a crise e a falta de produtividade.
É óbvio que a crise só se resolve
com mais trabalho, e não com mais desemprego como tem acontecido, mas não
existe qualquer evidência de que o aumento de horas de trabalho ou a diminuição
de salários e de direitos, resulte em mais produtividade.
Por mera curiosidade, diga-se,
uma cidade sueca decidiu reduzir à experiência o horário de trabalho de sete
para seis horas diárias. Também, e para que conste, houve uma conclusão da
directora da Social Policy at the New Economics
Foundation que diz tudo: “menos horas de trabalho criam uma força de trabalho
mais comprometida e estável”.
Para o vice-presidente da câmara
da dita cidade sueca ficam duas afirmações bastante elucidativas: “poupar
dinheiro, tornando os seu trabalhadores mais produtivos durante as horas de
trabalho” e a esperança de que “os trabalhadores faltem menos ao trabalho e se
sintam melhor – tanto mental, como fisicamente – após dias de trabalho mais
curtos”.
Porque será que a produtividade
em Portugal é menor que na Suécia? A resposta é tão evidente que nem me
preocupo em a plasmar aqui…
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