Quando surgiu o Manifesto dos 70
sobre a necessidade de reestruturação da dívida pública foi confrangedor ver a
reacção dos governantes e da sua claque de apoio, que só faltou chamar de
traidores os signatários do documento.
O contexto em que surgiu o
manifesto talvez possa explicar, de certa maneira, ao comportamento
destemperado de quem se opunha à reestruturação da dívida, pois o que se dizia
então era que esta não era possível de pagar.
Começando pelo princípio, a
dívida com os juros ao nível que estão é mesmo impossível de pagar. Segundo, os
credores são os mais interessados em que nós a possamos pagar, por isso sabem
bem que ou aliviam parte dos encargos ou ficam a ver navios.
Já sei que vão dizer que se não
pagarmos as nossas dívidas ficamos sem crédito e isso nos é muito prejudicial,
mas isso não implica que procuremos condições que nos permitam crescer para
serem satisfeitas as nossas dívidas.
A reestruturação de dívidas é um
processo corrente, ao qual nós até já recorremos, e os nossos credores, que
também são nossos fornecedores, sabem bem que se os mercados se contraírem, as
suas exportações ficam comprometidas, bem como as suas economias.
Note-se que não é apenas Portugal
que tem uma dívida pública muito elevada, e que há mais países nessa situação,
com mercados muito maiores do que o nosso, e se este tipo de políticas
recessivas continuar, também eles atravessarão grandes dificuldades, e aí
teremos uma crise mundial, que é o que todos já temem neste momento.
Podem rasgar as vestes os que
temem falar em reestruturação da dívida, mas que ela terá de ser feita a curto
ou médio prazo, disso não haja a menor dúvida, e quanto mais tardia for, pior
para todos, devedores ou credores.
1.802
Herr Passos, o reformado de Boliqueime e respectiva corte já não podem bramar que quem assinou o Manifesto está isolado: 1ª) setenta personlidades estrangeiras apoiaram-no; 2ª) A Petição já tem milhares de assinaturas a mais do que as necessárias par discussão na AR.
ResponderEliminarBem pode o inefável marques Guedes dizer enormidades como " uma informação oficial dada por um membro do ministério das Finanças não vincula o Governo" e que " são os credores que importam"!!
Bom resto de dia
Com esta canalha
ResponderEliminarjá não há pudor