terça-feira, outubro 23, 2012

AGORA SEM MÁSCARA



Há em Portugal uma quantidade apreciável de gente que odeia os funcionários públicos e que gostaria de desmantelar todos os serviços públicos. Com frequência gritam aos 4 ventos que o Estado é perdulário e demasiado gastador.

Podia chamar à colação diversos nomes mas fico-me por dois dos mais conhecidos, por terem tribuna na comunicação social, e que são Miguel Sousa Tavares e João César das Neves. É óbvio que desconheço as suas motivações, mas custa-me ouvir tantas acusações infundadas e tanta generalização.

Para que se percebam bem as minhas críticas começo por fazer notar que ambos confundem o governo com o Estado, quando falam de esbanjamento de verbas e nomeações por mera confiança política, que enxameiam infelizmente os quadros superiores de diversos ministérios.

Outro equívoco decorre de afirmações do tipo de “em democracia Portugal nunca conseguirá controlar a despesa”, como se a democracia fosse inimiga do crescimento e da boa governação. Também é lamentável ouvir da boca de um professor universitário que “foi o Tribunal Constitucional que desgraçou o país”, mas isto diz muito sobre a sua maneira de pensar o país.

Para que se veja bem que quando estes senhores falam da enorme dívida pública, que vai nos 117% apesar de toda a incompetência dos governos que temos tido, se esquecem muito convenientemente de dizer que a dívida total de Portugal é de mais de 432% do PIB, dos quais 101% são dívidas de empresas privadas. Também temos as dívidas das empresas públicas, mas estas tem gestão privada e não dão emprego a funcionários públicos.

Os erros dos governantes e dos patrões e gestores não são da responsabilidade dos seus assalariados, sejam eles do sector público ou do sector privado, e se existem culpados há que bater à porta dos altos responsáveis e não dos que apenas cumprem as tarefas para que foram contratados obedecendo a ordens superiores. Quando não há coragem para ir até lá acima e se distribuem culpas para cima de quem não tem o poder decisor, comete-se um acto de cobardia e uma enorme injustiça.  


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Humor - A Máscara


7 comentários:

  1. Ouvi há pouco no prorgrama de Nedina Carreira, um nome agora muito enm voga, Cantiga Esteves, bramar contra quem os políticos que deram origem ao Estado social e à universalidade em Saúde e Educação.

    Não é só Borges que não respeita nada, ele é só pior porque está ao serviço de interesses estrangeiros e a vender o país a retalho.


    Há por aí muita gente que odeia tudo quanto é público e, aliás, foi a múmia escavada actualemnet em Belém que iniciou o ataque aos funcionários públicos.

    Dessa criatura odiosa chamada Nevs , ligado como está à Universidade Católica, outra atitude não seria de esperar.

    Com pedido de desculpa pelo comprimento do comentário, desejp bpa noite

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  2. Dividir para reinar, sempre foi o lema dos fracos e se á coisas más na função publica a culpa é unicamente dos governantes e directores gerais
    Saudações amigas

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  3. Somente espero que em Portugal não existam tantos funcionários públicos fantasmas, pois estes de facto somem com o dinheiro e não retribuem o povo em nada. Por cá temos muitos "laranjas" e "marajás" que deviam "cachoeiras" de dinheiro. E tudo termina em pizza regrada a um bom vinho, só não posso informar se o vinho é Português. Mas a pizza é Italiana ou pleo menos a moda...

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  4. A culpa é de funcionários públicos, mas só de alguns, precisamente aqueles que o povo elegeu...
    Lol

    AnarKa

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  5. A culpa é dos funcionários públicos? Decerto não será dos que recebem ordenados que não chegam aos mil euros, mas àqueles que são eleitos para desgovernar o país.
    Um abraço

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  6. É pena não haver um tribunal só para julgar os maus gestores dos bens públicos...

    cumpts

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  7. Sem função pública

    não há Estado democrático

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