Ecce Homo
Desbaratamos deuses, procurando
Um que nos satisfaça ou justifique.
Desbaratamos esperança, imaginando
Uma causa maior que nos explique.
Pensando nos secamos e perdemos
Esta força selvagem e secreta,
Esta semente agreste que trazemos
E gera heróis e homens e poetas.
Pois Deuses somos nós. Deuses do fogo
Malhando-nos a carne, até que em brasa
Nossos sexos furiosos se confundam,
Nossos corpos pensantes se entrelacem
E sangue, raiva, desespero ou asa,
Os filhos que tivermos forem nossos.
José Carlos Ary dos Santos
A habitual força de Ary, não tão truculenta como em outros poemas mas não menos dilacerante.
ResponderEliminarCumps.
Esplêndido!
ResponderEliminarAry sempre intenso e directo.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim de semana
saudações amigas
ResponderEliminarEntão e não por aqui ninguém que diga mal do Ary dos Santos pelo que ele foi para lá da poesia?!
ResponderEliminarPois é, para lá da poesia, ele foi poeta, não foi manuel alegre!
Um abraço com palavra de Ary
Ary, inesquecícel.Sinto tanto a sua falta!
ResponderEliminarBem-hajas por tê-lo relembrado aqui.
Abraço
Guardião,
ResponderEliminarSe Ary soubesse que hoje já não
Desbaratamos esperança, imaginando
Uma causa maior que nos explique...!!!
Porque simplesmente, já quase não a temos.
Um bom fim de semana para ti.
Um abraço
Frontal, lindo e intenso, igual a Ary dos Santos!!
ResponderEliminarUm beijo e um bom Domingo
Graça
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
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