segunda-feira, setembro 21, 2020

MUSEUS E A FALTA DE TRABALHADORES

O problema da falta de pessoal nos museus, monumentos e palácios dependentes do Ministério da Cultura é crónica há pelo menos duas décadas.

A degradação dos serviços é notória, o fecho de salas e o afrouxamento da vigilância são realidades que o público mais atento já constatou.

Já há bastantes anos os museus deixaram de ter pessoal operário para as limpezas, recorrendo-se a empresas externas, e como se sabe os concursos são ganhos por quem oferecer preços mais baixos, o que se reflecte naturalmente na qualidade de serviço. Na vigilância os concursos têm sido muito poucos, e o recurso à mobilidade também se revelou um falhanço pois apenas serviu de ponte para a ida para outros serviços com horários melhores e outras possibilidades de progressão.

A escassez de pessoal é problemática, mas os problemas não se esgotam por aí. O nível etário é altíssimo, com todos os inconvenientes daí decorrentes. A formação profissional é uma miragem e em muitos serviços nem sequer é dada a conhecer aos vigilantes.

Podia falar da escassez de verbas e de autonomia, que serve a muitos dirigentes para disfarçar a mediocridade do seu desempenho, tanto na organização do trabalho como na investigação e divulgação do espólio dos serviços. As excepções são conhecidas, quer pelas reivindicações apresentadas, muitas públicas, quer pela actividade que os visitantes podem aferir nas suas visitas.

Esta degradação dos serviços é da responsabilidade da tutela, e não se resolve só com novas admissões (que são indispensáveis), mas também com a valorização da categoria dos assistentes técnicos com funções de vigilância, muito justa pela disponibilidade para trabalho em horários que compreendem sábados, domingos e feriados.


 

Sem comentários:

Enviar um comentário