quinta-feira, setembro 26, 2019

GERIR MUSEUS É COMPLEXO


Li com bastante atenção uma entrevista da directora dos Jerónimos e da Torre de Belém ao Público de hoje, e devo dizer que em termos gerais até concordo com ela, mas como em tudo, há questões difíceis de implementar.

É sabido que os Jerónimos e a Torre de Belém são os monumentos mais visitados do país, como também se sabia que o Palácio da Pena e o Palácio Nacional de Sintra também eram os palácios mais visitados, e isso não impediu que a sua gestão fosse entregue a uma empresa de direito privado exclusivamente de capitais públicos, a PSML.

Os diferentes governos têm dado pouca atenção à Cultura, e neste caso específico, ao Património, e isso tem sido mais do que evidente quando se olha para o investimento público nesta área. Ao se ter tirado a exploração dos palácios da zona de Sintra da órbita do Ministério da Cultura, as receitas que daí provinham esfumaram-se, e não foram cobertas pelo Orçamento de Estado.

A autonomia de gestão por parte dos directores dos serviços dependentes da DGPC, não existia pura e simplesmente, e agora também não será significativa, pelo que se percebe.

A tentativa de dar um salto em frente por parte de Dalila Rodrigues, sugerindo o aumento dos bilhetes, e o pagamento das entradas na igreja dos Jerónimos é sintomática. Estas medidas são altamente controversas, bem como os descontos para os visitantes nacionais, concorde-se ou não com elas.

O problema das filas continuará a existir enquanto não houver um sistema de reservas eficaz, e se continuar a vender bilhetes no próprio dia sem haver um limite estabelecido de entradas diárias, algo do tipo do que existe em Granada, ou que se prepara para fazer no Prado.

Gostei de ouvir alguém agitar um pouco as águas, apresentar propostas, expor ideias para o futuro. Vai ser muito difícil concretizar tudo isto, mas é de pessoas com iniciativa que precisamos para evoluir…



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