Em Portugal sempre existiu, e
existe, o nacional porreirismo, que se traduz no “jeito”, na “cunha”, e na
“excepção”, que parecendo actos inofensivos são na verdade comportamentos que
acabam por se tornar banais e prejudiciais para todos.
Não se julgue que estou a falar
dos grandes assuntos que descambam em corrupção, favorecimento ilícito, ou
outro qualquer crime, daqueles que enchem páginas dos jornais, mas sim de
coisas que vemos todos os dias, e às quais nem prestamos grande atenção.
Quando queremos resolver algum
assunto, falamos com um amigo que nos ajuda a ultrapassar as dificuldades, ou o
tempo de espera. Se queremos encontrar um emprego para uma amigo ou familiar,
há sempre alguém bem colocado, ou com bons contactos, que contactamos. Se temos
alguma pressa estacionamos mal ou quebramos uma ou duas regras de trânsito.
Quanto aos horários queremos sempre que as lojas ou serviços abram a horas, mas
quanto ao fecho queremos sempre mais um bocadinho, e se o pedido não for
aceite, lá vem a ameaça de queixa ou reclamação.
Estes comportamentos tão
habituais dizem muito sobre o rigor com que encaramos as regras, sejam elas as
leis sejam apenas as do bom senso. É difícil mudar comportamentos, mas talvez
tudo pudesse melhorar um bocadinho…
O retrato
Começa sempre assim:
ResponderEliminarDá aí uma ajudinha pá...
Abraço