sexta-feira, outubro 06, 2017

ESTRANHA CHEFIA



Imagine-se um serviço com mais de trinta pessoas com um chefe supremo, três ou quatro chefes de segunda linha, meia dúzia de graduados e protegidos que controlam umas coisas, dois fantoches investidos em chefias de base, que não passam de paus mandados, e uns vinte operacionais, sem formação digna desse nome, desmotivados pelo abandono a que são votados, e culpados de tudo o que corre mal, pois são os únicos que dão a cara pelo serviço.

Isto pode parecer uma abstracção mas é uma realidade que conheço bem, onde estão reunidas todas as condições para correr mal.

Analisando do topo da pirâmide para baixo, temos um chefe supremo que tentou delegar funções em pessoas que simplesmente não queriam trabalhar, nem tão pouco queriam que o chefe pudesse levar água ao seu moinho e disso pudesse gozar os louros.

Num piso intermédio temos os graduados e os protegidos, que tendo o domínio sobre os contactos e sobre as burocracias, com ou sem competências estão pessoas cujo poder é efectivo mesmo sem ser oficial, porque acima deles está quem não pesca nada do processo de funcionamento.

Cá por baixo temos os operacionais, literalmente entregues aos bichos, e sem nenhum respaldo na chefia de baixo nível que não reúne nem competência nem estatuto para coordenar ou defender os seus colegas.

Neste caso temos uma chefia fraca e influenciável, dominada por interesses pessoais, que resulta num verdadeiro caos no funcionamento, num crescendo de reclamações, umas mais razoáveis do que outras, e onde as culpas ficam sempre para quem está na base da pirâmide, que afinal é quem o público vê.

(continua)    



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