Imagine-se um serviço com mais de
trinta pessoas com um chefe supremo, três ou quatro chefes de segunda linha,
meia dúzia de graduados e protegidos que controlam umas coisas, dois fantoches
investidos em chefias de base, que não passam de paus mandados, e uns vinte
operacionais, sem formação digna desse nome, desmotivados pelo abandono a que
são votados, e culpados de tudo o que corre mal, pois são os únicos que dão a
cara pelo serviço.
Isto pode parecer uma abstracção
mas é uma realidade que conheço bem, onde estão reunidas todas as condições
para correr mal.
Analisando do topo da pirâmide
para baixo, temos um chefe supremo que tentou delegar funções em pessoas que
simplesmente não queriam trabalhar, nem tão pouco queriam que o chefe pudesse
levar água ao seu moinho e disso pudesse gozar os louros.
Num piso intermédio temos os
graduados e os protegidos, que tendo o domínio sobre os contactos e sobre as
burocracias, com ou sem competências estão pessoas cujo poder é efectivo mesmo
sem ser oficial, porque acima deles está quem não pesca nada do processo de
funcionamento.
Cá por baixo temos os
operacionais, literalmente entregues aos bichos, e sem nenhum respaldo na
chefia de baixo nível que não reúne nem competência nem estatuto para coordenar
ou defender os seus colegas.
Neste caso temos uma chefia fraca
e influenciável, dominada por interesses pessoais, que resulta num verdadeiro
caos no funcionamento, num crescendo de reclamações, umas mais razoáveis do que
outras, e onde as culpas ficam sempre para quem está na base da pirâmide, que
afinal é quem o público vê.
(continua)
Sem comentários:
Enviar um comentário