Nestes últimos dias fomos todos "bombardeados" por escritos de portugueses que deram em bater em Marcelo R. de Sousa por não ter pedido desculpas por ter havido um português no século XVI (Infante D. Henrique), que obteve a permissão do Papa para comerciar escravos oriundos da África a sul do Sara.
Primeiro foi uma jornalista, depois um português residente (creio eu) nos EUA, "a malhar" no pobre MRS por ter um discurso do século XIX, que pretenderia "branquear" o "triste passado" português.
Nem vou discutir as posições que os ditos, ou qualquer outra pessoa, possam defender, porque prezo imenso a liberdade de pensamento e de expressão, mas também eu tenho a liberdade de expressar o que penso, depois de ler o que escreveram.
Não me consta que qualquer dos dois críticos tenha idade suficiente para comentar o chamado "passado colonial", nem me consta que eles tenham vivido na África de que falam, nem no restante continente.
Os conhecimentos históricos também me pareceram muito pobres, para não dizer indigentes, para sustentarem as opiniões que expressaram.
A História faz-se com o devido distanciamento e não se fazem julgamentos morais utilizando os conceitos actuais, mas creio que eles apenas se esqueceram de algumas das regras básicas para iniciarem um diálogo que seja profícuo.
Por fim convido todos a pensar um pouco no que pensarão os nossos descendentes do modo como vivemos hoje...
Nota: O realce de parte do texto é da minha autoria.
A amiga do Socas escreve por agenda e o outro papalvo, que pelos vistos gosta dos EUA, talvez nunca se tenha debruçado sobre a História daquele país, que apesar de muito curta tem o que se lhe diga. O passado não se apaga com pedidos de desculpas e a História está escrita, e os tempos mais recentes serão alvo do escrutínio histórico dentros de alguns anos, com o distanciamento necessário.
ResponderEliminarJoca
Durante quinze dias não ouvi televisão nem tive Internet .
ResponderEliminarEstou completamente de acordo com o que escreve e com o comentário anónimo.
Não podemos analisar o passado com o crivo da actualidade, embora mesmo em cada época muita gente estivesse em desacordo com o padrão vigente.
Bom fim de semana