quinta-feira, abril 27, 2017

MUSEUS - COM RESPEITO AO RESPEITO

Não vou entrar na discussão em torno da tolerância de ponto dada pelo governo no próximo dia 12 de Maio, discutindo se é absurda ou se é um sinal de imaturidade do regime, mas vou apenas rebater a argumentação de António Costa, o 1º ministro.

Segundo a TSF António Costa ter-se-á defendido das críticas de diversos deputados dizendo que “é natural que muitos portugueses desejem participar na visita do Papa” e que esta é uma decisão natural e optar pelo contrário seria estranho, uma falta de respeito e também uma decisão insensível.

Os argumentos do senhor 1º ministro podem ser considerados por muitos “insensíveis” e até “uma falta de respeito” por muitos funcionários públicos, que carregando o ónus da animosidade dos trabalhadores do sector privado, não poderão participar na visita do Papa, porque o senhor António Costa nem se lembrou que eles existem, ou nem se importou em discriminá-los, uma vez mais.

Como saberão muitos de vós, os funcionários dos museus, palácios e monumentos que trabalham em contacto com o público, na vigilância, lojas e bilheteiras, e apenas estes (nos ditos serviços), não terão a tal tolerância de ponto (como não têm as outras), e não poderão seguir a visita no dia 13 de Maio, simplesmente porque estarão a trabalhar, ao contrário de todos os outros colegas com a mesma categoria e igual remuneração, que são respeitados pelo governo.


Quando anteriormente disse que estes funcionários eram alvo de discriminação negativa, alguns torceram o nariz, mas talvez agora entendam um pouco as razões por que houve a greve na Páscoa.


4 comentários:

  1. Anónimo9:25 a.m.

    Mas não são uma carreira especial?
    Joca

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  2. Não. São assistentes técnicos com horário (obrigação) especial sem qualquer contrapartida.

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  3. Anónimo1:03 p.m.

    Eu trabalhei como AT (Assistente Técnico) na bilheteira de um museu, a trabalhar aos fins de semana, com folgas à segunda-feira e a receber exactamente o mesmo que recebo agora como AT noutra instituição sem trabalhar aos fins-de-semana. Na função pública não se recebe mais um cêntimo por trabalhar ao fim-de-semana.

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    1. Depende, isso é assim nos museus palácios e monumentos, mas na saúde, por exemplo, é bem diferente porque são considerados serviços essenciais (agora tem outro nome). É precisamente o que se pede, que sejam duma carreira especial, tal como são excepcionais os horários.

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