No dia em que se fala da venda do
Novo Banco, e em que se ouve da boca de António Costa que “não há novos
encargos para os contribuintes”, importa reflectir um pouco no que se passa em
Portugal, com os bancos (não só este) e a Cultura.
Os portugueses já ouviram
garantias semelhantes no caso de outros bancos, e todos sabemos que depois as
coisas não foram bem assim, e lá fomos chamados a pagar os prejuízos dos
bancos, pois o Estado somos nós. No caso do Novo Banco é preciso não esquecer o
que já lá foi injectado em dinheiros públicos, em mais do que uma ocasião, e
que na melhor das hipóteses só começará a ser pago daqui a umas décadas.
Enquanto a Cultura, em Portugal, só
“merece” uma fatia do Orçamento de Estado que não ultrapassa os 0,3% do PIB, os
bancos, que na sua maioria eram privados deram durante muitos anos grandes
lucros aos seus accionistas, e pagaram muitos milhões aos seus gestores,
levaram nestes últimos anos uma fatia muito maior do nosso PIB, obrigando o
país a endividar-se lá fora, aumentando assim a nossa dívida pública.
Os tais bancos que o Estado
ajudou, e nos está a custar muito, estão nas mãos de estrangeiros, a Cultura
continua a não ter verbas para manter os nossos monumentos, a não ter dinheiro
para realizar grandes exposições, e a não conseguir preencher os quadros dos
museus e monumentos por constrangimentos económicos.
Será que alguém acha mais bem
empregue o dinheiro “enterrado” em bancos que hoje são estrangeiros, do que o
dinheiro empregue na recuperação do Património e na sua valorização?
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