Um dos maiores problemas da economia nacional é a credibilidade, ou falta dela, que os nossos políticos têm conseguido inspirar nos mercados internacionais. Nos negócios a confiança ganha-se quando existe um rumo claro definido e quando se segue uma estratégia para alcançar os resultados estabelecidos.
Em Portugal tivemos nas últimas décadas governos que pautaram a sua actuação por estratégias de curto prazo, beneficiando empresas e negócios com lucros imediatos, sem produzir qualquer valor acrescentado. Os sectores que podiam satisfazer as necessidades de consumo interno ao nível alimentar, por exemplo, foram destruídos em troca de fundos estruturais esbanjados em betão e alcatrão.
Gerir um país com o apoio de verbas substanciais como já aconteceu por cá, é fácil, o que é mais difícil é acautelar o futuro e a sua sustentabilidade, e aí falharam os sucessivos governos.
Quando as coisas se deterioraram e o crédito se tornou mais difícil, começaram a ser evidentes as fragilidades, e foi ver os responsáveis políticos a atirar as responsabilidades uns para os outros. Enquanto internamente a discussão se centrava no alijar das responsabilidades, o discurso oficial, para fora, era o da confiança de que tudo se ia fazer para inverter a situação.
Dos discursos às realidades vai uma distância considerável, e o tecido empresarial que sempre viveu à sombra do orçamento de Estado e do poder político, não é de modo nenhum capaz de produzir bens passíveis de ser exportados, nem de produzir os bens essenciais para suprir as necessidades básicas do país.
Lá fora ninguém acredita que possamos equilibrar a balança de pagamentos no curto e médio prazo, nem que os partidos que têm partilhado o poder nestas décadas possam mudar radicalmente as suas actuações, deixando de suportar as suas clientelas. Os mercados são oportunistas e a política nacional já demonstrou cabalmente que não consegue mudar de vida, pelo que a sua credibilidade é nula. Por mais que se façam agora juras, ninguém está disposto a acreditar.
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Foto - Rosa Molhada
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Humor e Idade
A credibilidade tem peso, claro. Concordo que a classe política portuguesa - a começar por Cavaco Silva - não merece confiança de ninguém.
ResponderEliminarMas acho que o comportamento dos benditos mercados se baseia , principalmente, numa ganãncia desmedida.
Bom domingo.
Governar em tempos de vacas gordas não há quem não o saiba fazer mas prevenir o futuro ainda não vi quem tivesse capacidade para o fazer neste país. Temos as actividades dos sectores primário e secundário de rastos, sem qualquer investimento por falta de credibilidade e apoio e o terciário está a dar grandes trabalhos sem que haja soluções a médio prazo.Entregues ao destino vagueamos sem rota nem rumo.
ResponderEliminarAi, amigo, o poder cega os homens.
Um abraço fraterno
A credibilidade não se readquire com uma varinha mágica. O l+mal foi perdê-la. Faltam-nos hábitos de boa gestão, de simplicidade nos circuitos da distribuição, de redução de burocracia, de facilidades que permitam iniciativa individual, que que, com responsabilização, leva+e à produção de produtos que dêem alguma independência, de competitividade com os estrangeiro. O papel dos políticos devia ser mais indicativo do que regulador e repressivo, para que os empresários pudessem racionalizar os seus negócios para bem deles, do País, dos trabalhadores, de clientes e das populações vizinhas (mecenato).
ResponderEliminarMas dos nossos políticos pouco de útil de pode esperar, dada a sua origem de provincianos deslumbrados, sem preparação académica, sem capacidade para analisarem as condições do País, dos portugueses, sem competência para preparar as decisões, e pelo contrário, com uma ambição desmedida e desejos de enriquecimento rápido e sem limites, sem olhar a meios. Não sabem o que é planear, o que é preparar o futuro.
São predadores dos recursos nacionais, sem critério nem método.
Abraços
João
Do Miradouro
Gosto sempre de comer umas arrobas @ :)
ResponderEliminarSobre a credibilidade quando se vai é muito difícil de recuperar :s