Tolerância – Não gosto da escrita de Saramago, nem tão pouco do personagem, mas também não sou crítico literário para que me levem a sério. O que me incomodou nestes dias foi um excerto do seu último livro Caim, e as suas declarações segundo as quais «a Bíblia é um manual de maus costumes, um catálogo de crueldade e do pior da natureza humana». Embora não professe qualquer religião registo com desagrado que o escritor continua a mostrar o mesmo tipo de tolerância com que nos tinha brindado quando passou pelo DN após o 25 de Abril. Pela inversa gostei das respostas de representantes de diversas igrejas que valorizaram a liberdade de expressão como valor fundamental e inalienável.
Pobreza – O aumento da pobreza é um facto que já é impossível ignorar. Não é um resultado directo da crise económica como alguns teimam em afirmar, mas sim consequência de um padrão de governação que não regula a distribuição da riqueza, que é responsável pela má distribuição da mesma. As desigualdades desmoralizam a força de trabalho, porque nem sequer o estar empregado é garantia de escapar à pobreza, e a precariedade é uma ameaça constante em quase todos os sectores. Os portugueses cada vez menos acreditam na possibilidade de recuperação da situação de pobreza, o que é um sinal claro de que não confiam na nossa classe política.
O Saramago é um escritor jeitoso, capaz de lances de génio mas não é dos que me captam admiração incondicional.
ResponderEliminarBem aconselhado, mandou uns tiros e logo se levantou um escarcéu que só gera curiosidade em torno do seu novo livro.
Quanto ao Saramago homem, é um traste!
Guardião,
ResponderEliminarO Evangelho segundo Jesus Cristo esgotou 26 edições.
Mas que grande golpe publicitário, meu amigo, não se fala noutra coisa... queres melhor?
É nos jornais, na televisão, embarcou tudo na campanha.
Falam ser ler o livro, diz ele, e nós (salvo seja!) toca a comprar.
E ele a facturar.
Chamem-lhe tolo...é o que dizem na minha terra!
Um abraço
Guardião,
ResponderEliminarSobre a pobreza... é obsceno o que se está a passar neste país... um país de indigentes.
E não falo de estatísticas nem de estudos, mas sim da realidade nua e crua.
Um abraço
Na forma Saramago é um mau escritor, como pessoa um censor por ideologia, e como indivíduo um ressabiado cuja carreira e obra é gerida em função do lucro.
ResponderEliminarA miséria é um facto e a má repartição uma doença ainda não combatida em Portugal.
Bjos da Sílvia
Li muito Saramago e há três livros que me agradam muito: " O Ano da Morte de Ricardo Reis", "Levantado do Chão", "Memorial do Convento".
ResponderEliminarDepois acho que se perdeu a meio de "A Jangada de Pedra" e é de uma pobreza franciscana em "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", pelo que Sousa Lara, na sua intolerância bacoca, promoveu um livro que nem o merecia.
Dito isto, acrescentando que creio numa Entidade suprema e que não pertenço a nenhuma igreja, concordo com Saramago relativamente ao Velho Testamento, porque o deus que lá nos é mostrado está nos antípodas daquilo em em que creio e tem atitudes terríveis.
Peço desculpa pela extensão.
Tudo de bom.
Quanto a Saramago escritor, não me pronuncio já que nunca li nada dele, apesar de ter comprado praticamente todos os livros dele porque tenho uma sobrinha que adora lê-lo.
ResponderEliminarQuanto à situação actual em relação a empregos e à precariedade dos mesmos, é um flagelo de que poucos escapam.
Um abraço
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