terça-feira, maio 05, 2009

OS MUTANTES DA POLÍTICA

Mudar de opinião não é em si mesmo mau ou condenável, mas em política, e devido aos princípios que se defendem, pode ser um pouco complicado. Nada tenho contra quem muda de ideias, mas já contra quem “ se adapta” mandando às urtigas os princípios, tenho as mais sérias reservas, na melhor das hipóteses.

Por vezes ouço algumas pessoas mais novas, ou pelo menos mais crédulas a falar da morte das ideologias e na ascensão do pragmatismo. Será que é mesmo assim, ou estaremos perante “o tal poder de adaptação” que os políticos actuais parecem privilegiar?

Quem sou eu para julgar quem quer que seja, mas fico espantado com a facilidade com que alguns senhores e senhoras mudam de cores, sempre com a mesma convicção nas palavras que lhes ouvimos. Não sei se há muitos que acreditem neles, mas politicamente lá vão eles singrando na vida.

Curiosamente, e porque comecei a escrever pensando em Vital Moreira, acabei por desviar a minha atenção de tão cinzento personagem para reparar que Mário Soares que enquanto governante se bateu por diminuir a influência do papel do Estado na economia, vem agora exigir e defender o contrário. Sei que Soares tem 7 fôlegos (políticos), mas não tenho memória curta para ter esquecido o socialismo metido na gaveta, nem outras coisas que o vi defender no passado.

É o respeito que me faz não caracterizar melhor as cambalhotas, mas continuarei a defender princípios e não partidos, porque a sua lógica tem destas coisas, o que não me agrada nada.



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Fotos -Azulejos do Barroco
By Palaciano

By Palaciano

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Humor e Farturas

6 comentários:

  1. Gostei do texto e da análise feita aos "vira-casacas da politica".
    Desiludido com os politicos, sem filiação partidária, penso que os principios e ideologias politicas (desses senhores)se concentram na procura do poder, no adquirir influências como se fossem titulos do tesouro que se convertem fácilmente no vil metal a que chamamos dinheiro o qual quer queiramos quer não é por si só o senhor do mundo em que vivemos. Na sua essência eles não mudam e à semelhança do que acontece nos clubes do futebol com os jogadores profissionais o amor clubistico não existe.
    Que mais lhe poderei dizer caro amigo? É a minha análise de algo que salta à vista, e penso estar certo. Felizmente ainda existem excepções e há quem viva ideais e principios politicos, mas são tão poucos e encontrá-los será tarefa igual a encontrar uma agulha num palheiro.
    Um abraço

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  2. Anónimo9:15 p.m.

    Concordo,defender princípios e não partidos.
    Os partidos mantêm as suas cores,já não
    acontece o mesmo com alguns dos seus
    filiados.Acho saudável que ao longo da vida
    se mude,até porque faz parte da evolução do
    ser humano,mas passar do 8 ao 80,por conveniência,
    é mau,é falta de princípios.

    Os ideais perderam-se com o passar dos anos,
    o poder corrompe,porque a ética também desapareceu,
    ou quase.

    Boa semana.

    cumps

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  3. O que vamos dizer mais o R.Rudoisxis disse tudo. Adoreios cartons e os azulejos tão portugueses.

    beijo

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  4. Anónimo11:14 p.m.

    Quando os interesses se sobrepõem aos princípios a política assume um carácter abjecto, tão abjecto quanto os maus elementos que dela se servem em benefício próprio.
    Lol

    AnarKa

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  5. Anónimo1:54 a.m.

    Ia jurar que tinha visto fotografias do Palaciano noutro lado, e não eram de azulejos. Será que há alguma exposição e eu não sei de nada?
    Bjos da Silvia

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  6. Princípios? Valores? Mudam-se hoje como quem muda de casaca ou de vestido. E , às vezes, as cambalhotas são tão grandes que não há palavras que as expliquem. Confio nalguns políticos.Naqueles que levaram uma vida ligados a ideais que nunca chegaram a concretizar e a quem a morte levou sem que jamais tivessem dobrado a cerviz ao poder.
    Para esses vão os meus aplausos.
    Bem-hajam porque por eles posso estar a escrever o que quero.

    Bem-hajas, Guardião!

    Gostei muito do teu texto!

    Um abraço

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