Estamos habituados, talvez demasiado habituados até, a ouvir certas pessoas a dizerem o nome precedido de um qualquer título, profissional ou outro. Para muitos parece natural que alguém se apresente como doutor, ou engenheiro fulano de tal, e não apenas pelo nome que consta do seu registo de nascimento.
Sempre achei este costume algo saloio, e completamente injustificado, chegando mesmo a perguntar-me se a Portugal ainda não tivesse chegado o eco da revolução francesa, que ainda no século XVIII acabou com a estratificação da sociedade abolindo as distinções da nobreza.
Usa-se e abusa-se de títulos, por vezes até inexistentes, e valoriza-se muito pouco ou mesmo nada a pessoa pelo que é, ou pelas capacidades que demonstra.
Sei que há quem não goste particularmente deste tipo de abordagem, mas curiosamente muitos dos que gostam deste tipo de deferência, dizem-se defensores do mérito e do seu reconhecimento. Não sei como isso possa ser verdade, mas não deixarei de continuar a pensar que não é o título que faz o indivíduo ou melhor o caracteriza.
Estimado Amigo Guardião,
ResponderEliminarMuita verdade encerra a sua mensagem. Com efeito, neste pequeno país, é hábito valorizar-se o acessório, esquecendo-se o principal. E, por isso, como diz, " Usa-se e abusa-se de títulos, por vezes até inexistentes, e valoriza-se muito pouco ou mesmo nada a pessoa pelo que é, ou pelas capacidades que demonstra."
Ler a sua postagem fez-me recordar um dia em que convidei certa pessoa para uma festividade rotária, no início da qual todos os rotários se apresentam. Fiquei admirada por essa pessoa me pedir que, como meu acompanhante, a apresentasse como Professor, Doutor fulano tal... E eu que pensava que essa pessoa valia pelas suas obras e não pelos títulos....
Fiquei nesse dia a pensar que sabia muito pouco ou quase nada do assunto.
Lá virá o dia em que, como em França, país da revolução francesa, veremos os tais doutores e engenheiros desvalorizando (no bom sentido)os seus títulos académicos ou outros, valorizando-se e aos outros, como apenas Pessoas, essas sim importantes para a dignificação da nossa existência.
Um abraço amigo,
Maria Faia
O problema de dos dias de hoje,
ResponderEliminaré a vaidade gratuita,dá-se mais valor
ao parecer do que ao ser.
E a maioria deles coitados,abrem a boca,
é uma desgraça.Ah,mas incham todos quando são
tratados por Sr.Eng.Sr Dr,etc...
Na verdade conheço alguns que não o são,mas nos Bancos,
PT e por aí,se pagarem uma certa quantia,nos cartões de crédito
vem o titulo antes do nome,nas facturas da PT idem,nas bases de dados
dos call center's das ditas empresas,lá está o Titulo,que se
não for mencionado durante a conversa com a criatura(para mim
não tem outro nome)aqui del rei vem a casa a baixo,e o pobre do funcionário
é penalisado.Só que eles esquecem-se,que hoje em dia,muitos dos funcionários
também têm Titulo,do qual não fazem questão de mencionar e não tiveram a sorte
de arranjar emprego á altura do Titulo.Acho isto um absurdo,a pessoa
quando nasce é registada,não consta lá o Titulo.Para mim são pobres de
Espirito,que só se sentem alguém porque têm um Titulo,(ás vezes
tirado ás três pancadas)caso contrário não eram nada e, nada são para mim.
Qualquer pessoa pode usar um Titulo sem o ter desde que pague,porque nestas
empresas não lhes é pedido comprovativo dessa titularidade.Incrível não é!
Flores,sempre tão belas,singelas,ternura,
azul,céu e mar,sonho.Rosa,ah, o rosa...
Excelente humor.
cumps
Assino por baixo. Como sempre, com poucas palavras, dizes tudo. Claro e conciso como poucos.
ResponderEliminarBem-hajas!
As imagens , sempre bem escolhidas, revelam o bom gosto do proprietário deste espaço tão agradável.
Um abraço fraterno
A abundância de parolos que fazem questão de ouvir o título antes do nome, ou de ver a menção nos cheques e nos cartões, acaba por desvalorizar a importância do título, mas eles ainda nem se aperceberam.
ResponderEliminarAcabaram os condes e os viscondes, apareceram "estes baronetes" que nada mais têm como credenciais para além do título. Pobreza!
Lol
AnarKa
Embirro solenemente com isso. Em 70 estive empregada no Foto Stúdio 66 em Nampula. A cidade não era muito grande, e era um ponto militar, pois dali seguiam todos os contingentes militares para o Norte de Moçambique que era a pior zona de guerrilha. Naquele tempo, sem pcs, e sem telemóveis as máquinas fotográficas, não tinham descanso, e tudo lá caía para as revelações. E aquilo eram coronéis, tenente, capitães, generais, etc. E eu a perguntar com ar de ingenuidade: Capitão faz parte do nome? General é nome próprio? Ao fim de três meses, já ninguém tinha patente.
ResponderEliminarPelo menos lá já chegavam dizendo só o nome.
Um abraço
na minha empresa não é assim portanto não sinto isso :)
ResponderEliminarQuerido Guardião:
ResponderEliminarE atender o telefone e do outro lado o próprio apresentar-se com o titulo préviamente? Fico sempre sem graça... porque é mesmo saloio... ;)
Lindas as flores e divertidíssimos os cartoons...
Beijos
Um abraço dum profissional de matraquilhos, arquitecto, árbitro e apicultor
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