Há muito a tendência de associar o anonimato da autoria dos blogues com cobardia. A maior parte dos blogues em que se exerce a crítica ou se emitem opiniões sobre a situação política ou mesmo sobre a comunicação social, estão sob o anonimato protegidos por pseudónimos.
A reflexão que pode ser feita, depois de consultar a blogosfera, é sobre as razões do anonimato quase como regra. À partida, excluindo aqueles que se limitam ao insulto gratuito, a grande maioria traduz opiniões divergentes daquelas que são as do governo e também de grande parte dos analistas que são referência na comunicação social. Grande parte emite opiniões sobre áreas definidas, com pormenores só conhecidos por gente conhecedora do sector em questão, são críticas apontadas à situação instalada não sendo contudo coincidentes com as doutrinas da oposição.
Nós, n’ O Guardião, não temos qualquer tipo de alinhamento partidário, não temos por costume insultar ninguém, mas sabemos por experiência própria quais as consequências de assinar por baixo comentários críticos da acção do Ministério da Cultura.
A liberdade é apenas um conceito e muito relativo quando se enfrenta o poder instituído. Prudência e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém.O anonimato não é sinal de cobardia, a menos que sirva apenas para denegrir a imagem de alguém. Sabemos que também já houve interferência e até encerramento de blogues incómodos, porque até o anonimato é relativo, mas recusamo-nos a deixar de ter uma intervenção, ainda que modesta, e a exercer um acto de cidadania e de civismo deixando claras as nossas opiniões.
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