sábado, maio 09, 2020

GRANDE CONFUSÃO


As regras depois do estado de emergência são um pouco confusas e nem sempre possíveis de entender ou de colocar em prática.

Entrando num supermercado vi que era impossível manter os tais 2 metros de distância entre cada pessoa, porque a minha lista de compras era diferente da duma senhora que tinha voltado para trás e entrou no meu espaço pessoal. Segui em frente e um cavalheiro falava ao telefone com alguém e eu parei para não o incomodar, mas a senhora que tinha voltado atrás mandou-me andar porque não tinha o dia inteiro para fazer compras.

No dia seguinte decidi sair de casa para dar uma volta a pé para fazer uma pequena caminhada em volta do meu quarteirão de residência e, menos de duzentos metros depois sou abordado por um senhor polícia a cavalo que me perguntou o que estava a fazer, ao que respondi que estava a dar uma volta perto da residência, e a resposta imediata foi, o senhor já tem mais de 65 anos (é verdade), por isso está no grupo de risco, pelo que deve regressar imediatamente para a sua residência porque temos uma regra de recolhimento. Por acaso tenho mais de 65 anos mas não estou aposentado, mas o senhor polícia nem merecia qualquer resposta minha.

Não fui à praia, nem sequer em passeio de carro, mas vi na televisão que estas estão abertas apenas para os surfistas, ou para quem esteja a fazer exercício físico, mas uma pessoa que se sente sozinha para apanhar sol está a infringir as regras. Parece que em algumas praias também se pode fazer pesca lúdica, mas estar a apanhar sol, mesmo que sozinho, é contra as regras. Mergulhar para dar umas braçadas é proibido, a não ser a surfista ou praticantes de bodyboard com a prancha.

Para os restaurantes que vão abrir dia 18 a distância entre clientes está estabelecida em 2 metros, e no comércio vigoram os 20 metros quadrados por pessoa, mas para os museus, palácios e monumentos, onde os espaços estão muitas vezes limitados por baias, existem espaços com menos de dois metros de largura, e com menos de 20m2 por sala, a abertura está marcada para o próximo dia 18.

Também pensei nas questões legais das proibições de circulação e de acesso a certos locais, num estado de calamidade (não de emergência) e não encontrei explicação para muitas destas regras impostas.

Será que sou o único a não compreender isto?Há diferenças entre o estado de emergência e o estado de calamidade, mas parece que a confusão é imensa...


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