quinta-feira, agosto 15, 2019

A HIGIENE NAS CORTES EUROPEIAS


Trabalhar com turistas e com pessoas que de algum modo estão ligadas ao turismo, com ou sem preparação para tal, faz-nos ouvir de tudo sobre os hábitos de higiene do povo e da realeza portuguesa, e muitas vezes não gosto do que ouço.


Em Sintra lá surgem os relatos dos viajantes ingleses que descrevem a falta de higiene em Lisboa, como se isso fosse um exclusivo desta capital, e Londres fosse muito diferente.


Em Mafra somos presenteados com os piolhos do D. João V e com a comitiva real que aporta ao Brasil completamente infestada de parasitas.


Confesso que nunca ouvi em qualquer país europeu dizer-se em visitas guiadas relatos desta natureza, e no entanto sabe-se que a higiene nas cidades europeias e nas diversas cortes dos reinos mais importantes, era semelhantes, para não dizer ainda pior.


Tanto no Escorial como no Palácio Real de Madrid nunca ouvi falar na morte de Filipe II de Espanha (I de Portugal) devido a um ataque de piolhos. Em Inglaterra nunca ouvi nenhum guia local mencionar que os cães de Carlos II dormiam numa cama no seu quarto privado, em França nunca ouvi dizer que Luís XIV só tomou 2 banhos na sua vida, ou que em Versalhes era comum as senhoras “subirem a saia e fazer as suas necessidades, e que os homens as faziam junto ao corrimão, e até no meio da capela real".


Por vezes frase ditas fora do contexto, que é a (falta de) higiene na Europa, desde a Idade Média até à segunda metade do século XIX, nos levam a pensar que os maus hábitos eram exclusivos dum ou doutro país ou corte, o que é evidentemente errado.


Felizmente temos muitos guias competentes e conhecedores, mas vão surgindo por aí pretensos guias e animadores turísticos que dizem coisas que além de serem erradas dão uma má imagem deste país.

Leitura recomendada AQUI

 Palácio de Hapton Court

Galeria dos Espelhos Versalhes

domingo, agosto 11, 2019

A GREVE E OS PROTAGONISTAS


A greve dos camionistas de matérias perigosas e de mercadorias suscita discussões, paixões e opiniões para todos os gostos.

O surgimento dum novo sindicalismo muito sectário e muito virado para interesses corporativos, alterou o status quo vigente, em que a maioria dos sindicatos estava de algum modo ligada às centrais sindicais nacionais, com uma predominância clara da CGTP.

Os diversos governos e o patronato, tudo fizeram para diminuir a implantação dos sindicatos tradicionais existentes, e com a fraqueza destes o surgimento dos novos sindicatos foi inevitável, mas parece que nem sequer os comentadores disto dão conta.

Quem tenha visto Marques Mendes e outros comentadores do regime, só ouve críticas aos novos sindicatos, algumas ao governo e nada com respeito ao patronato que até parece que não faz parte do problema. A direita está naturalmente contente, e percebe-se.

Os partidos de esquerda parecem estar anestesiados, não percebendo que o PS está sedento de coleccionar uma medalhas nesta crise dos combustíveis, e que se desenha no horizonte próximo uma revisão da lei da greve, que é um desejo antigo dos partidos da direita nacional e do patronato, claro está.



sábado, agosto 03, 2019

TIRADO DO BAÚ

Este livro é anterior ao meu nascimento, e naturalmente não o usei, contudo está na família e é um testemunho do ensino do antanho. 

Talvez alguém tenha memória do mesmo, por isso aqui ficam umas fotografias...