Imagine-se uma empresa, no caso a Parvalorem, criada pelo
Estado para gerir as dívidas do falido BPN, onde já se enterraram cerca de 7.000
milhões de euros dos contribuintes portugueses.
A dita empresa atribuiu a altos quadros, ex-responsáveis do
BPN (o banco que faliu), altos vencimentos (alguns superiores ao de Marcelo R.
de Sousa), e 23 viaturas topo de gama, e outras mordomias ligadas ao seu uso,
porque terá acordado que manteriam regalias adquiridas ainda no BPN (o tal
banco que faliu por ser bem gerido).
Estas pessoas (altos quadros) foram aceites ou nomeados pelo
responsável da empresa, certamente com o aval do ministro das Finanças ou de
outro responsável governamental, que certamente ficou a par disto tudo.
Os cidadãos como eu, apenas solicitados a votar e a pagar
impostos, não sabiam nada disto até se tornar público na comunicação social.
Ficámos também a saber que a generalidade do trabalho estratégico da empresa
(foi criada para fazer isso) está suportada em outsourcing ou em prestação de
serviços a outras empresas, às quais se pagam, naturalmente, altas quantias.
Também ficámos a saber que o Estado (nós) tem prejuízos anuais superiores a 100
milhões de euros com esta empresa.
Como curiosidade (apenas isso) ficámos também a saber que o
presidente do conselho de administração da Parvalorem, Francisco Nogueira Leite,
foi nomeado por Vítor Gaspar, reconduzido por Maria Luís Albuquerque e Mário
Centeno (vários governos e tendências), mas que também foi gestor da Tecnoforma
com Passos Coelho, até 2007.
Lembro-me de ouvir da boca destes ministros das Finanças, e
dos primeiros-ministros que os nomearam, que era necessário fazer sacrifícios,
que não havia dinheiro, que não se podia dar tudo a todos, e no entanto, neste
caso parece que não houve assim tanto rigor, nem falta de dinheiro. Talvez
possa estar enganado, ou até tenha interpretado mal o que foi noticiado, mas
olhem que ainda não ouvi nenhum desmentido, nem qualquer esclarecimento que me
leve a duvidar das fontes e do meu raciocínio.
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