quarta-feira, julho 18, 2018

JÁ NÃO HÁ VERGONHA


Imagine-se uma empresa, no caso a Parvalorem, criada pelo Estado para gerir as dívidas do falido BPN, onde já se enterraram cerca de 7.000 milhões de euros dos contribuintes portugueses.

A dita empresa atribuiu a altos quadros, ex-responsáveis do BPN (o banco que faliu), altos vencimentos (alguns superiores ao de Marcelo R. de Sousa), e 23 viaturas topo de gama, e outras mordomias ligadas ao seu uso, porque terá acordado que manteriam regalias adquiridas ainda no BPN (o tal banco que faliu por ser bem gerido).

Estas pessoas (altos quadros) foram aceites ou nomeados pelo responsável da empresa, certamente com o aval do ministro das Finanças ou de outro responsável governamental, que certamente ficou a par disto tudo.

Os cidadãos como eu, apenas solicitados a votar e a pagar impostos, não sabiam nada disto até se tornar público na comunicação social. Ficámos também a saber que a generalidade do trabalho estratégico da empresa (foi criada para fazer isso) está suportada em outsourcing ou em prestação de serviços a outras empresas, às quais se pagam, naturalmente, altas quantias. Também ficámos a saber que o Estado (nós) tem prejuízos anuais superiores a 100 milhões de euros com esta empresa.

Como curiosidade (apenas isso) ficámos também a saber que o presidente do conselho de administração da Parvalorem, Francisco Nogueira Leite, foi nomeado por Vítor Gaspar, reconduzido por Maria Luís Albuquerque e Mário Centeno (vários governos e tendências), mas que também foi gestor da Tecnoforma com Passos Coelho, até 2007.

Lembro-me de ouvir da boca destes ministros das Finanças, e dos primeiros-ministros que os nomearam, que era necessário fazer sacrifícios, que não havia dinheiro, que não se podia dar tudo a todos, e no entanto, neste caso parece que não houve assim tanto rigor, nem falta de dinheiro. Talvez possa estar enganado, ou até tenha interpretado mal o que foi noticiado, mas olhem que ainda não ouvi nenhum desmentido, nem qualquer esclarecimento que me leve a duvidar das fontes e do meu raciocínio.

Fontes AQUI e AQUI



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