Em tempos de crise seria de se
esperar que os portugueses se unissem, e que os governantes pugnassem por isso,
mas as coisas não se passam assim em Portugal, onde os governantes preferem
fomentar a inveja para mais facilmente alcançarem os seus objectivos, não
confessados, diga-se.
A convergência entre o sector
público e o sector privado tem sido o campo onde Passos Coelho e seus
apaniguados mais têm centrado a sua táctica de fomento das invejas, dum modo
simplista mas até agora eficaz.
Falar em convergência é neste
caso específico uma falácia facilmente desmontável, porque o propósito primeiro
é tão só o do nivelamento por baixo, tanto em salários como nos direitos.
Ainda hoje pude ler no DN a
opinião dum senhor que diz que os funcionários públicos têm que trabalhar as 40
horas porque ele trabalha, por vezes 10 horas sem receber horas
extraordinárias, ou que na aposentação e na saúde os seus direitos são menores
que os usufruídos pelos funcionários públicos.
É evidente que o dito senhor foi
influenciado pelos governantes e pelos seus comentadores, que estão em toda a
imprensa escrita e falada, pois não pede para si mais direitos, ou melhores
condições de trabalho. Tal como os mentores, não quer melhorar, mas sim que os
outros piorem, o que nem sequer é saudável.
O peso do Estado português não
está acima da média europeia, apesar de tudo o que possam dizer, e o que não
conseguimos pagar é a dívida que os diferentes executivos foram criando, e não
o regular funcionamento da máquina do Estado e do Estado social que agora se
quer cortar.
Por vezes é bom parar para pensar
e deixar de dizer o que outros dizem só porque o repetem muitas vezes…
Com a desgraça de uns perdemos todos
ResponderEliminarLol
AnarKa