Uma coisa que me tem incomodado é a insistência de José Sócrates, e também de uns quantos especialistas em finanças, em classificar a “reestruturação da dívida” como não pagamento da mesma e calote.
Eu não percebo nada de “economês” mas sempre entendi que a reestruturação da dívida pode ser um ajuste dos juros, dos prazos de pagamento ou uma combinação dos dois factores. Para mim a reestruturação da dívida é apenas uma forma de tornar o pagamento mais suave, o que é do interesse do devedor, mas também pode ser do interesse do emprestador, porque muitas vezes há o perigo de se chegar a um incumprimento o que penaliza devedor e emprestador.
Na realidade até os especialistas usam o termo “reestruturação da dívida”, têm interpretações diversas, sendo que até chegam a ser iguais à minha, como foi o caso de Jean-Claude Juncker, o presidente do Eurogrupo, que admitiu uma “reestruturação suave” da dívida grega, agora explicada pelo seu porta-voz, que disse que Juncker queria dizer “recalendarização do pagamento”.
A menos que se diga que o presidente do Eurogrupo é um esquerdista irresponsável, Sócrates e muitos outros especialistas terão que engolir o termo “calote” e a ideia de que “reestruturação” significa não pagamento.
Humor Interpretativo
Eu acho que nos devíamos recusar a pagar o pato porque quem o comeu foram uns poucos, que não pagaram e não o vão pagar.
ResponderEliminarLol
AnarKa
Reestruturaçaõ da dívida (ou renegociação) é para mim , que não sou economista , a maneira de , no caso português, criar condições para não acabar com o país de vez.
ResponderEliminarSaudações
Li este texto ontem. Estava no face e vi a partilha que o Zé Povinho fez dele. Também não entendo essa interpretação. Tenho ouvido e lido que varias famílias recorrem à Deco para renegociarem as suas dívidas com os bancos. Porque é que para as famílias a interpretação é uma e para "esse e outros senhores" a interpretação é outra?
ResponderEliminarUm abraço e obrigada pela visita.
A "solidariedade europeia" faz com que os juros sejam insuportáveis e a sua renegociação é inevitável, a menos que o BCE esteja com vontade de continuar a emprestar dinheiro que não poderemos pagar nunca mais.
ResponderEliminarBjos da Sílvia
Não percebo nada de economia mas percebo um bocadinho de português e entendo que uma reestruturação será uma reorganização, uma reformulação e nunca uma anulação da dívida.
ResponderEliminarDêem as interpretações que quiserem, dourem a pílula como quiserem mas uma coisa é certa: estamos na penúria e com o futuro hipotecado.
Bem-hajas!
Abraço fraterno