Já era pública a ideia da ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, de tornar gratuitas as entradas nos museus do Estado, mas vir falar do assunto no Dia Internacional dos Museus num ano em que os portugueses são chamados a pagar mais impostos, devido ao endividamento excessivo, é no mínimo imprudente.
O jornal Público colocou em título, a seguinte pergunta: “E se os museus do Estado tivessem entrada gratuita?”. A resposta é fácil e evidente – teríamos que os sustentar apenas com os nossos impostos.
A senhora ministra pode sonhar à vontade com gratuitidades, mas primeiro talvez seja conveniente explicar aos portugueses as razões do mau estado de conservação em que se encontra grande parte do nosso Património, e porque razão ainda há falta de pessoal nos nossos museus, especialmente nas funções mais mal pagas, de guardaria e vigilância.
As receitas dos nossos museus e monumentos, sob tutela do Ministério da Cultura, são significativas e cobrem boa parte dos gastos de funcionamento dos serviços, não se vislumbra que seja de outro modo. Percebo que alguns responsáveis de museus com entradas gratuitas e com financiamento do Estado defendam a ideia, mas então digam claramente qual a forma de financiamento que defendem e logo se verá se os portugueses estão dispostos a fazer mais esse esforço.
Curiosidade
A frase mais interessante da notícia referida é:”Vivemos numa sociedade cada vez mais grátis e há uma geração Web que não tem uma cultura de pagar”. Fiquei com vontade de retorquir com uma frase, esta da autoria de um comentador da nossa praça: “Não há almoços grátis”.
Coitada da Gaby! Afinal não se pode ter tudo, e ela já tem o look, quem pode exigir-lhe que também perceba de Cultura?
ResponderEliminarLol
AnarKa
Para escrever, ou comentar, sobre cultura, conviria, no minimo, não ser inculto. Ora isso começa por entender o que se lê. Nada nesta notícia ou na sua oportunidade é da autoria da ministra, mas sim da jornalista. Também a frase citada o não é, conviria mencionar a autoria! Devo acrescentar que há muita, muita gente que pensa que para um País inculto era muito importante que pelo menos não houvesse essa barreira/desculpa dos bilhetes dos museus. Criticar desta forma é aliás muito significativo para quem leia o "digno" comentário...
ResponderEliminarCaro Anónimo
ResponderEliminarO sonho da senhora ministra de ter museus nacionais gratuitos não é invenção da jornalista em causa. Também não é invenção o que disse J. Brigola.
Calculo que seja uma fonte bem informada, mas como deve calcular, não posso por a mão no fogo pela notícia em causa, mas eu ouvi de viva voz (ainda este mês) as personagens em causa e confirmo totalmente o sentido das afirmações que só não posso citar palavra-a-palavra.
A frase tem autoria, e é do director-geral do Museu Berardo, por acaso altamente dependente dos dinheiros do Estado (contribuintes).
Fonte: Jornal Público de 18/5/2010 página 15
Cumps
José Lopes
JL
ResponderEliminarO embaraço de alguns senhores da Cultura é evidente após esta notícia, mas ninguém se atreve a negar que está em discussão restrita, e não pública como devia ser, novas formas de gestão dos museus em Portugal.
Palaciano
Gostei do post e agora li o comentário do senhor anónimo e percebi que há muitos senhores na área do património que são contra as entradas gratuitas, só não se atrevem a contrariar a Gaby Maravilhas. Vá lá que não veio com o argumento de Inglaterra como nós ouvimos há pouco tempo.
ResponderEliminarBjos da Sílvia