O ministro Teixeira dos Santos veio afirmar que a descida das taxas de juro, que o Banco Central Europeu já «deu a entender» constituirão «algum alívio» para as famílias portuguesas. Não se ficou por aqui e acrescentou, «com certeza que as descidas das taxas de juro, juntamente com a descida do preço do petróleo e com a descida das taxas de inflação, são, num momento de grandes dificuldades que todos estamos a sentir, notícias que não deixarão de ser positivas para todos os portugueses.
O alívio, para desgraça do senhor ministro, não se deve a nenhuma medida tomada pelo executivo que integra, chefiado por José Sócrates, mas sim devido à conjuntura internacional, a mesma (conjuntura) que ele invocou quando estes mesmos factores estavam em alta.
Não fica bem a um governante, ainda mais a um ministro das Finanças, ora desculpar-se com a conjuntura, ora “anunciar” «algum alívio» quando o movimento é de sinal contrário. Ao senhor ministro ficava bem anunciar (agora sem aspas), medidas do seu governo no sentido de nos aliviar do sufoco causado pelos baixos vencimentos e pensões, e do desemprego galopante que assola este país.
Sempre julguei que estávamos a pagar a Teixeira dos Santos para ele tomar medidas a bem dos portugueses, e não para anunciar aquilo que não é obra sua e sobre a qual ele próprio já disse que nada controla.


