quinta-feira, agosto 19, 2021

FUNDAMENTALISMO ALIMENTAR

Não estamos no Afeganistão, mas às vezes parece. À nossa volta começam a surgir fundamentalistas nas mais variadas áreas e sabe-se lá como, vão conseguindo levar água ao seu moinho perante a indiferença quase geral.

As refeições nos refeitórios escolares foram agora alvo desse fundamentalismo, onde sob o pretexto de se “assegurar uma alimentação equilibrada e adequada às necessidades dos alunos” surgem um sem número de proibições.

Só os mais velhos se recordam do tempo em que as escolas tinham cozinheiras que lá confeccionavam as refeições, que eram uma delícia pois eram idênticas às que se comiam em casa. Isso acabou e transformou-se num negócio para empresa privadas, que naturalmente se estão nas tintas para as necessidades dos petizes, e o Estado como contratante também só está interessado em pagar o mínimo possível, mesmo à custa da qualidade e valor nutricional.

Para além do prejuízo evidente para aqueles que tinham como refeição principal ou mesmo única, a que tomavam na escola, os jovens vão ser empurrados para as pastelarias, supermercados e lojas de comida de plástico que existem por todo o lado.

Será que os nossos governantes comem durante toda a semana comida igual à das cantinas escolares? Será que na Assembleia da República, a casa da Democracia, também se servem refeições iguais às das escolas?


 

3 comentários:

  1. Posso fazer uma pergunta?
    Quem é o autor dos bonecos? São um espectáculo!!!

    ResponderEliminar
  2. Os fundamentalsimos são sempre uma total idiotice!

    E subscrevo na íntegra!

    ResponderEliminar
  3. Parece-me, acima de tudo, completamente despropositado e desproporcional, tendo em conta que, em lugar de educar - nem arranjaram aos nutricionistas uns lugarzitos nas escolas... - se limitam a impor sem o cuidado de, ao menos, proibir a venda de idênticos produtos nas proximidades das escolas. Como a lei está feita, serve apenas para prejudicar economicamente as cantinas subcontratadas. E em que importa mais ou menos a saúde dos miúdos do ensino particular? Não se entende.
    Sobre outro ponto em comum entre o espírito fundamentalista lusitano e o afegão, refleti um pouco no Mosaicos em https://mosaicosemportugues.blogspot.com/2021/08/talibas-e-talitugas.html. Gostaria de conhecer as suas impressões.
    Votos de um bom fim de semana.

    ResponderEliminar