quarta-feira, julho 13, 2005

O EXPRESSO ERROU

No Guia de Portugal publicado pelo Expresso no sábado passado encontram-se algumas imprecisões sobre o Palácio Nacional de Sintra.
Para começar não houve nenhuma “fundação” deste Paço Real por D João I no século XV, pela simples razão dele já existir muito antes desta data. Ninguém nega a importância deste rei, e das obras por ele mandadas executar, mas não foi ele sequer o primeiro monarca a interessar-se, e a utilizar o edifício.
De facto foi aqui que foi elaborado o plano da conquista de Ceuta, mas não foi um “plano malogrado” como é referido no texto, embora talvez tenha sido confundido com o episódio de Fez, que aconteceu anos mais tarde e sem qualquer ligação com Sintra ou com o seu Paço Real.
A leitura dos Lusíadas por Luís de Camões ao rei D. Sebastião, “em estreia absoluta”, numa das salas do palácio, não é um facto documentado e até pode ser considerado como altamente improvável. A confusão entre a tradição e a realidade é muito comum e as imagens dum filme vieram dar alguma força ao que nunca pôde ser comprovado.Por último, este Paço não vive à sombra do Palácio da Pena, embora concorde que este é um rival muito visível e incontornável no plano do romantismo em que Sintra naturalmente se identifica. Estará subavaliado por não ter um aspecto exuberante, por não ser muito divulgado, ou até, por estar ainda pouco estudado. O Palácio Nacional de Sintra não vive à sombra de nada, isso tenho a certeza, porque disputa regularmente o 2º lugar de monumento nacional mais visitado com o Mosteiro da Batalha, logo a seguir ao Mosteiro dos Jerónimos.

1 comentário:

  1. Confirma-se o erro e como era de esperar não houve (nem vai haver) correcção. Logo que informado fiz seguir o alerta oara as instituições mas ... o costume.

    ResponderEliminar