Na semana passada, por causa da falta de muitos deputados do PSD, não foi aprovada a suspensão da avaliação dos professores no Parlamento. O caso deu “barraca” e não tardaram a chover as críticas.
Pelo que se sabe, o PS e o PSD são os dois grupos parlamentares que registam mais faltas, mesmo quando analisados percentualmente. Claro que a maior parte das faltas é justificada, bastando para tal alegar-se motivos de doença, ou de trabalho partidário, e já está, porque nem é necessário documentar a justificação, afinal trata-se de deputados da nação.
Para além desta constatação, de que aliás os média deram a devida importância, também acabei por ter a oportunidade de ler, que Guilherme Silva sugeriu a realização de plenários entre terça e quinta-feira. Entre os sublinhados da notícia, lê-se «é preciso perceber que o Parlamento tem uma representação de deputados de todo o país» e que «a deslocação dos deputados para regressarem aos fins-de-semana às suas famílias tem uma componente humana que também é respeitável».
É notável esta compreensão de Guilherme Silva, que encontra para as faltas dos deputados, a desculpa da “componente humana que também é respeitável”, conhecendo-se as leis laborais em vigor para os trabalhadores por conta de outrem, que são penalizados pelas faltas em todas as vertentes, mesmo quando as faltas são justificadas, e que em muitos casos, como são trabalhadores precários, vêem os seus contratos não serem renovados.