segunda-feira, fevereiro 20, 2017

MEMÓRIA

Soneto

Ao Luís Vaz, recordando o convívio da nossa mocidade.

Não pode Amor por mais que as falas mude
exprimir quanto pesa ou quanto mede.
Se acaso a comoção concede
é tão mesquinho o tom que o desilude.

Busca no rosto a cor que mais o ajude,
magoado parecer os olhos pede,
pois quando a fala a tudo o mais excede
não pode ser Amor com tal virtude.

Também eu das palavras me arredeio,
também sofro do mal sem saber onde
busque a expressão maior do meu anseio.

E acaso perde, o Amor que a fala esconde,
em verdade, em beleza, em doce enleio?

Olha bem os meus olhos, e responde.

António Gedeão

Enquadramento By Palaciano*

1 comentário:

  1. Maravilhoso este soneto do prof Rómulo de Carvalho.
    Bjo da Sílvia

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