sexta-feira, dezembro 23, 2005

VERGONHOSO

O Ministério da Cultura conseguiu, duma só vez, desbaratar toda a boa vontade ainda existente por parte dos guardas de museu e vigilantes-recepcionistas, decidindo obrigar estes trabalhadores a trabalharem na véspera de Natal.
Desde há algum tempo que alguns de nós vinham a fazer notar que o dia 24 de Dezembro de 2005 coincidia com um sábado, o que fazia prever que o governo, nomeadamente o Ministério da Cultura, se esqueceria de que havia quem trabalhasse aos sábados. Como medida de precaução foi comunicado ao representante do ministério, numa reunião pedida pelo sindicato no começo do mês de Dezembro, o desejo dos trabalhadores tendo em conta que os mesmos esperavam que pelo menos no Natal tivessem oportunidade de estar com as suas famílias, tantas vezes espalhadas pelo país.
A falta de sensibilidade, o autismo perante os pedidos e a arrogância de ter deixado a comunicação para a manhã de dia 23, de que não sería dada a véspera de Natal mas apenas a segunda-feira dia 26, dia em que a maior parte dos serviços está normalmente encerrado, foi a gota de água que faltava para que os trabalhadores atingidos se tenham sentido desprezados por quem devia saber o que estava em causa.
É previsível que a consequência desta atitude desastrada venha a ser a radicalização da posição dos trabalhadores que tendo muitas razões de queixa ainda mostravam disponibilidade para o diálogo com a tutela.
A decisão hoje comunicada é simplesmente vergonhosa, só nos resta acrescentar o ditado popular: “Quem semeia ventos arrisca-se a colher tempestades”.

3 comentários:

  1. Na Páscoa continuem a dar o benefício da dúvida a este governo!
    Quanto aos horários, metam-nos em tribunal, por omissão do dever, e exijam a aplicação do regime geral.
    Ainda não estão fartos de tantas injustiças?

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  2. Não é só vergonhoso, eu diria mesmo que foi desumano. Há uns que são filhos, os outros são enteados.

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  3. Talvez queira dizer que uns são filhos, e outros são filhos ... , que é o que parece que os responsáveis pensam. O que mais me intriga é que houve uma reunião de directores de um dos institutos na quarta-feira, e o resultado foi o que se viu. Qual terá sido a opinião destes senhores e senhoras? O silêncio e a ausência dos mesmos é no mínimo suspeita!

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