segunda-feira, outubro 31, 2005
quinta-feira, outubro 27, 2005
segunda-feira, outubro 24, 2005
O TIRO AO LADO
O discurso “economês” está a ficar cada vez mais irracional na sua fixação no ataque aos funcionários públicos. Digo que é absolutamente irracional, porque os economistas são unanimes em afirmar que é no sector privado que se cria riqueza e que o mesmo é que é a mola que impulsiona a economia. Partindo deste princípio, que não discuto, Portugal tería empresas dinâmicas e prósperas a produzir produtos inovadores e com muito valor acrescentado que seríam competitivos pela sua qualidade nos mercados externos, o que não é verdade.
O tiro ao lado que eu reitero é na identificação dos males de que padece a economia nacional que se prendem com a falta de organização e planeamento, com a estabilidade de políticas económicas e fiscais e com a dependência excessiva dos privados em relação ao Estado.
No sector privado o objectivo primordial é o lucro e a expansão do negócio, sem margem para dúvidas, mas muitos teimam em apostar mais no custo do trabalho do que na inovação na qualidade e na incorporação de valor ao produto final. Esta aposta está esgotada, mesmo assim há quem brade aos céus pelo congelamento de salários e acene com valores do PIB, irrisórios claro está, fingindo desconhecer a enormidade da economia paralela e da fraude fiscal que permite que haja grandes fortunas que alegremente se passeiam impunemente por paraísos fiscais.
A economia não tem de ser uma ciência oculta, pode muito bem ser comparada a um edifício que se quer restaurar. Começamos por arranjar o telhado (altas chefias e outras elites), depois verificam-se as estruturas eléctricas, canalizações e esgotos (racionalizar meios físicos, humanos e materiais), só depois é que se parte para os acabamentos e a decoração. Tudo será mais fácil se houver ponderação, planeamento e organização.
Construir é de baixo para cima, reestruturar é de cima para baixo. As elites são o maior grupo de interesses e o mais poderoso, basta abrir-mos os olhos.
O tiro ao lado que eu reitero é na identificação dos males de que padece a economia nacional que se prendem com a falta de organização e planeamento, com a estabilidade de políticas económicas e fiscais e com a dependência excessiva dos privados em relação ao Estado.
No sector privado o objectivo primordial é o lucro e a expansão do negócio, sem margem para dúvidas, mas muitos teimam em apostar mais no custo do trabalho do que na inovação na qualidade e na incorporação de valor ao produto final. Esta aposta está esgotada, mesmo assim há quem brade aos céus pelo congelamento de salários e acene com valores do PIB, irrisórios claro está, fingindo desconhecer a enormidade da economia paralela e da fraude fiscal que permite que haja grandes fortunas que alegremente se passeiam impunemente por paraísos fiscais.
A economia não tem de ser uma ciência oculta, pode muito bem ser comparada a um edifício que se quer restaurar. Começamos por arranjar o telhado (altas chefias e outras elites), depois verificam-se as estruturas eléctricas, canalizações e esgotos (racionalizar meios físicos, humanos e materiais), só depois é que se parte para os acabamentos e a decoração. Tudo será mais fácil se houver ponderação, planeamento e organização.
Construir é de baixo para cima, reestruturar é de cima para baixo. As elites são o maior grupo de interesses e o mais poderoso, basta abrir-mos os olhos.
quinta-feira, outubro 20, 2005
quarta-feira, outubro 19, 2005
sexta-feira, outubro 14, 2005
sexta-feira, outubro 07, 2005
quarta-feira, outubro 05, 2005
QUESTÕES DE ESTRATÉGIA
Enquanto vamos sendo bombardeados com o discurso da escassez de verbas e da necessidade de cortes nas despesas de funcionamento e da inevitabilidade do corte de direitos, vamos sendo informados de opções muito estranhas.
Na revista Actual de 1 de Outubro vem a notícia segundo a qual o MC está interessado na recuperação de Monserrate. Em princípio ninguém terá objecções, até porque se trata de um monumento classificado e integrado numa zona de Património Mundial, mas o caso complica-se com a administração do imóvel que está a cargo da sociedade anónima (e não empresa municipal) Parques de Sintra Monte da Lua. Relembro que esta sociedade explora uma vasta área da Serra de Sintra e arrecada as entradas do Parque e do Palácio da Pena, Castelo dos Mouros, Convento dos Capuchos e do Parque e Palácio de Monserrate.
É aqui que começamos a estranhar a notícia, porque a dita sociedade deve uma verba enorme ao IPPAR referente à participação do mesmo na sociedade, e outros fornecedores, havendo até quem tenha afirmado que está tecnicamente falida.
Será que a senhora ministra pretende avançar neste sentido sem reequacionar a participação do IPPAR na sociedade ? Se a notícia é verdadeira, pergunto se é justo continuar a pedir apertos de cinto no IPPAR, nomeadamente aos trabalhadores, e continuar a investir no Monte da Lua que continua a não cumprir as suas obrigações.
O MC começa a ficar enredado nas teias duma sociedade que se rege pelo direito privado e se vai sobrepondo ao interesse público, que alegremente o vai financiando. Não haverá outros monumentos geradores de receitas para os cofres do Estado que estejam em condições de beneficiar do referido mecenato ?
Na revista Actual de 1 de Outubro vem a notícia segundo a qual o MC está interessado na recuperação de Monserrate. Em princípio ninguém terá objecções, até porque se trata de um monumento classificado e integrado numa zona de Património Mundial, mas o caso complica-se com a administração do imóvel que está a cargo da sociedade anónima (e não empresa municipal) Parques de Sintra Monte da Lua. Relembro que esta sociedade explora uma vasta área da Serra de Sintra e arrecada as entradas do Parque e do Palácio da Pena, Castelo dos Mouros, Convento dos Capuchos e do Parque e Palácio de Monserrate.
É aqui que começamos a estranhar a notícia, porque a dita sociedade deve uma verba enorme ao IPPAR referente à participação do mesmo na sociedade, e outros fornecedores, havendo até quem tenha afirmado que está tecnicamente falida.
Será que a senhora ministra pretende avançar neste sentido sem reequacionar a participação do IPPAR na sociedade ? Se a notícia é verdadeira, pergunto se é justo continuar a pedir apertos de cinto no IPPAR, nomeadamente aos trabalhadores, e continuar a investir no Monte da Lua que continua a não cumprir as suas obrigações.
O MC começa a ficar enredado nas teias duma sociedade que se rege pelo direito privado e se vai sobrepondo ao interesse público, que alegremente o vai financiando. Não haverá outros monumentos geradores de receitas para os cofres do Estado que estejam em condições de beneficiar do referido mecenato ?
terça-feira, outubro 04, 2005
DETESTO INCOMPETENTES
Enquanto muitos perdem tempo na discussão da produtividade e na sua relação directa com a formação académica, o que é uma evidência, eu debato-me com a incompetência, o favorecimento, o autismo, o elitismo e o clientelismo.
Não discuto a importância da formação, pelo contrários bato-me por ela, mas distingo a formação académica da formação específica num determinado sector. A habilitação académica dá-nos as ferramentas necessárias para poder-mos evoluir e encontrar respostas nas áreas que escolhemos, contudo, quando não existe a prática e actualização perde-se uma grande parte da sua utilidade.
Nos nossos dias, o sistema, ou melhor a nossa sociedade, está a “produzir” muitos indivíduos com cursos superiores que escudados por “canudos” e com algumas “cunhas” à mistura vão ocupando lugares de chefia sem terem que demonstrar qualidades para as funções.
A produtividade e a competitividade, em Portugal, ressentem-se muito mais da fraca qualidade e de visão das chefias do que da capacidade produtiva dos trabalhadores. Esta é a explicação lógica para o facto dos portugueses serem bons trabalhadores além fronteiras e de, pelo contrário, serem considerados pouco produtivos no solo pátrio. Há outras razões como o estímulo salarial e outros factores ligados com a protecção na doença, no desemprego, etc.
A pirâmide da responsabilidade, neste país, está invariavelmente invertida, responsabilizando-se sempre “o mais pequenino” pelos insucessos e glorificando-se as chefias pelo sucesso.
Isto é verdade no Estado, mas também se verifica em muitas empresas, para mal de todos nós.
Canudos não significam forçosamente competência, nem o seu contrário, o trabalho é que qualifica as pessoas, mesmo as menos ilustradas.
Não discuto a importância da formação, pelo contrários bato-me por ela, mas distingo a formação académica da formação específica num determinado sector. A habilitação académica dá-nos as ferramentas necessárias para poder-mos evoluir e encontrar respostas nas áreas que escolhemos, contudo, quando não existe a prática e actualização perde-se uma grande parte da sua utilidade.
Nos nossos dias, o sistema, ou melhor a nossa sociedade, está a “produzir” muitos indivíduos com cursos superiores que escudados por “canudos” e com algumas “cunhas” à mistura vão ocupando lugares de chefia sem terem que demonstrar qualidades para as funções.
A produtividade e a competitividade, em Portugal, ressentem-se muito mais da fraca qualidade e de visão das chefias do que da capacidade produtiva dos trabalhadores. Esta é a explicação lógica para o facto dos portugueses serem bons trabalhadores além fronteiras e de, pelo contrário, serem considerados pouco produtivos no solo pátrio. Há outras razões como o estímulo salarial e outros factores ligados com a protecção na doença, no desemprego, etc.
A pirâmide da responsabilidade, neste país, está invariavelmente invertida, responsabilizando-se sempre “o mais pequenino” pelos insucessos e glorificando-se as chefias pelo sucesso.
Isto é verdade no Estado, mas também se verifica em muitas empresas, para mal de todos nós.
Canudos não significam forçosamente competência, nem o seu contrário, o trabalho é que qualifica as pessoas, mesmo as menos ilustradas.
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