Desde os bancos da escola até aos escolhos da vida, aprendi a analisar as coisas em função da época e das condições em que estas surgiram. Quando o meu interesse pela História se tornou mais evidente e comecei a prestar mais atenção às artes (pintura, escultura, etc.), e aos acontecimentos históricos mais relevantes, comecei a entender que a evolução dos costumes e do pensamento são resultado do que aconteceu e ao mesmo tempo influenciaram tudo o que o homem fez, de bom e de mau.
Recentemente fiquei um pouco espantado com a intenção de alguns sábios que puseram em causa o trabalho do nosso 1º Nobel, Egas Moniz, porque aquilo que parecia à época um avanço real na área da saúde não se veio a confirmar, e a sua prática acabou por revelar-se desastrosa. Lembrei-me da dinamite e calculei logo que a sapiência de gente tão iluminada não se detém perante evidências que só ocorrem a espíritos simples.
Outra admiração, talvez ditada por razões publicitárias, foi a tentativa canhestra de Saramago em interpretar literalmente a Bíblia à luz do pensamento actual, porque isso chamava a atenção do público e da crítica para a sua última obra. Gostava de ouvir o escritor falar da Odisseia e da Ilíada, ou de muitos outros escritos de referência, usando os mesmos critérios literais e interpretativos.
