terça-feira, outubro 30, 2018

ALEGREMENTE APOIAMOS A BANCA


O que aconteceu com boa parte da banca nacional, foi um desastre monumental, que tem sido um fardo pesadíssimo para todos os portugueses que pagam os impostos devidamente, sem aldrabices e sem espertezas saloias.

É pouco conhecido do público em geral que entre 2008 e 2014 o Estado gastou quase 12 mil milhões de euros com os bancos, que faliram sem que os culpados tenham assumido as suas responsabilidades, nem tenham sido devidamente condenados.

O Governo, este que temos presentemente, pediu este ano 1.017 milhões para despesas com as instituições financeiras, em 2017 gastou 769,4 milhões, e em 2019 vai pedir para gastar mais 885 milhões com a mesma banca.

Os senhores comentadores, muitos deles até são economistas, e por isso deviam estar melhor informados, fartam-se de criticar o dinheiro gasto com os funcionários públicos, mas sobre o dinheiro desperdiçado pelos “excelentes banqueiros”, alguns deles condecorados, e do círculo íntimo de comentadores e políticos destacados, nem sequer uma linha, ou uma frase.

A hipocrisia é imensa, e a subserviência salta à vista de todos.



domingo, outubro 28, 2018

FALANDO DE SEGURANÇA DO PATRIMÓNIO


Todos os dias existem atentados à segurança do Património, seja em museus, palácios ou monumentos, ainda que a maioria seja por parte de pessoas que nem imaginam estar a quebrar as regras de segurança mais elementares.

Atravessar as barreiras de segurança, usar os selfie stiks para tirar fotos apesar da sua interdição, comportamentos irresponsáveis por parte de crianças cujos pais ou tutores estão distraídos, são maus comportamentos que se verificam com demasiada frequência, apesar do que se possa pensar, mas ainda assim não são os mais temidos por quem coordena ou coordenou equipas de vigilância, apesar de serem estes os que dão mais origem a reclamações, porque ninguém gosta de ser chamado à atenção, mesmo sabendo que se procedeu mal.

O que mais preocupa quem é responsável pela segurança do Património, é quem apenas pretende vandalizar ou furtar o Património. O seu comportamento é errático em alguns casos, e noutros absolutamente premeditado, o que torna ainda mais difícil a sua prevenção.

Para quem julga que a segurança do Património é algo rotineiro e fácil, está absolutamente enganado, porque há comportamentos que fogem à rotina e à normalidade, e eles acontecem mesmo onde menos se espera.

Leitura aconselhada AQUI


By Antony McCallum

quarta-feira, outubro 24, 2018

VIEIRA DA SILVA E CONVERSA DA TRETA


O chamado travão às reformas antecipadas, que o ministro Vieira da Silva parece ter retirado da manga na etapa final da discussão do assunto, é de facto uma grande injustiça e uma retirada de direitos, por muito que ele argumente em sentido contrário.

Mesmo com a melhor das boas vontades, é difícil aceitar que o ministro diga que as medidas previstas no OE para 2019 no que toca a despenalização das reformas antecipadas (nos moldes que ele defende) são um prémio para os trabalhadores com muito longas carreiras contributivas. Veja-se por exemplo um trabalhador com 63 anos de idade e com 42 anos de contribuições, que apesar de ter mais 2 anos de descontos e mais 3 anos idade, terá uma penalização maior do que um colega que tenha 60 de idade e 40 de descontos.

Digam-me por favor onde está a Justiça das medidas em que Vieira da Silva teima? Um trabalhador mais velho e com mais anos de descontos será mais penalizado do que outro mais novo e com uma carreira contributiva menor, dizendo o ministro que está a beneficiar as grandes carreiras contributivas…

Enquanto o ministro e o Governo continuarem a pretender ignorar que os 40 anos de descontos (36 para a CGA quando muitos entraram ao serviço) eram o patamar necessário e suficiente para a reforma por inteiro, estaremos sempre a discutir o sexo dos anjos com tretas que são facilmente desmontadas. O factor de sustentabilidade foi apenas uma invenção para baixar artificialmente o valor das reformas.



segunda-feira, outubro 22, 2018

A PROPAGANDA E A FALTA DE PESSOAL NOS MUSEUS


Este Governo tem aumentado o número de funcionários públicos, segundo rezam os números divulgados, mas existem sectores em que a falta de pessoal é gritante, e afecta o próprio funcionamento dos mesmos.

Um dos sectores em que a falta de pessoal é aflitiva, é o do Património, onde a falta de vigilantes de museus está a causar dificuldades de funcionamento, que vão desde o fecho de salas, até ao relaxamento dos parâmetros de segurança.

Os anúncios de abertura de concursos são muitos, mas na realidade as admissões são poucas, e não conseguem sequer suprir os lugares abertos por aposentações. Os directores dos museus, palácios e monumentos não se pronunciam publicamente, salvo a honrosa excepção do director do Museu de Arte Antiga, mesmo assim sem resultados concretos.

O público não sabe, nem sonha, que a segurança do Património pode estar em causa, e até a sua própria segurança quando o visita, também corre risco. Pessoal de vigilância insuficiente, meios físicos insuficientes e desactualizados, pessoal com idade demasiado elevada, e falta de acções de formação do pessoal, são um conjunto de factores que deviam preocupar os responsáveis.   

É necessário ouvir quem está no terreno e inverter esta situação, com urgência, porque a propaganda não garante segurança.



domingo, outubro 21, 2018

ABSOLUTAMENTE INACEITÁVEL?


O ministro Eduardo Cabrita (Administração Interna) considerou “absolutamente inaceitável” a divulgação de fotografias de suspeitos capturados pela PSP, opinião que não partilho, de modo nenhum.

Tanto quanto foi público, os fugitivos tinham sido detidos em flagrante delito, e estavam detidos no Tribunal, depois de o juiz de instrução lhes decretar prisão preventiva. Nesta situação a presunção de inocência é mais do que duvidosa.

Não faço qualquer juízo sobre os crimes de que são suspeitos, mesmo sabendo que terão sido roubos, alguns até com violência contra idosos), porque isso cabe aos tribunais, mas para isso é necessário que a Justiça os possa levar a tribunal, o que não parece ter sido da sua vontade.

As imagens a que todos pudemos aceder foram também partilhadas pelos órgãos de comunicação social, e nas que pude ver, não existem quaisquer evidências de violência policial. Quando oiço falar do possível atentado à dignidade dos fugitivos, bem, nem vale a pena comentar.

Ainda bem que em Democracia nos é permitido discordar, até do que dizem os ministros...