terça-feira, julho 31, 2018

A REALIDADE DEVIA ENVERGONHAR OS POLÍTICOS

Sem qualquer distinção de cores os partidos políticos portugueses, aliás como os estrangeiros, prometem sempre mais justiça social, mais desenvolvimento, melhores condições de vida, melhor gestão dos dinheiros públicos para prover aos mais necessitados, etc, etc.

As sociedades organizaram-se, num passado bem distante, criando estruturas de poder cuja função primordial era a de dar segurança a todos, permitir uma melhor distribuição dos recursos, garantir a justiça, entre outras coisas.

Centrando a atenção em Portugal, que é a nossa prioridade, temos que os 10 mais ricos de Portugal viram a sua fortuna duplicada em apenas 15 anos, e que as 25 famílias portuguesas mais ricas detêm uma fortuna que representa 10% do PIB nacional.

É mais do que evidente que a repartição da riqueza não está a acontecer, que os partidos falharam, que os governos falharam, e que o seu discurso não corresponde às promessas.


Quem se admira com o surgimento de populistas no panorama político? Quem devemos culpar por isso? Continuaremos a aceitar que os governos deixem de cumprir os programas eleitorais?


domingo, julho 29, 2018

O PALÁCIO DE MAFRA E AS CONFUSÕES

Tenham cuidado quando visitarem o Palácio de Mafra, porque as informações que pode obter podem ser confusas e isso pode estragar-lhe a visita.

Numa consulta no sítio da DGPC ficamos a saber que o tempo médio da visita é de cerca de 1 hora, e consultando o horário pode ver-se que a última entrada é às 16h45m e que o palácio encerra às 17h30m.

Parece que é líquido, mas à entrada do monumento, ainda no exterior, vê-se uma placa em que a hora da última entrada és às 16h30m. Vamos até à porta e no vidro da mesma temos duas folhas coladas com a informação de que a última entrada é às 16h45m, e que a Biblioteca (última sala da visita) encerra às 17h15m.

Ficou confuso? Não fique, porque parece que alguém considera que "dar" 30 minutos para visitar um espaço que normalmente demora 1 hora a visitar, é correcto e perfeitamente aceitável, e que ter informações contraditórias é apenas um mero detalhe. 

Já agora, que tal usarem suportes dignos dum monumento nacional para fornecer a informação aos visitantes, que merecem mais respeito por parte de quem é responsável por um edifício público desta natureza. 

Informação do sítio da DGPC

Placa informativa no exterior

Duas folhas A4 coladas na porta de entrada

Versão mais legível

sexta-feira, julho 27, 2018

MAIS UM MUSEU EM BELÉM


Pelos vistos vai nascer em Lisboa mais um museu, agora de iniciativa privada, que pretende utilizar a designação de “Quake – Centro do Terramoto de Lisboa”. Para já existem algumas dúvidas na Assembleia Municipal, creio que pela cedência do terreno, pela C. M. de Lisboa, num local junto ao Museu dos Coches.


Pelo que li sobre o projecto deste museu, mais parece um parque de diversões, cujo tema são os acontecimentos do dia 1 de Novembro de 1755, que resultaram na destruição da zona ribeirinha de Lisboa.


O diabo nestas questões, está sempre nos detalhes, e esses ainda não são conhecidos, mas que nos dizem que serão da responsabilidade, de técnicos na matéria.


Nada me move contra a iniciativa privada, mas a escolha desta zona para a implantação do museu/parque de diversões, é muito discutível, e não creio que tenha tido em conta o interesse público (de aliviar a pressão turística duma zona já saturada), mas é apenas a minha opinião.



quarta-feira, julho 25, 2018

AS DESIGUALDADES SALARIAIS


O Conselho de Fianças Públicas (CFP) veio avisar que há cada vez menos contribuintes a aguentar a colecta fiscal, o que se traduz num risco para as contas públicas.

A entidade presidida por Teodora Cardoso salienta que cerca de 20% dos contribuintes suportam 80% do IRS pago, e estamos a falar de dados de 2016.

A pergunta que se impõe é: se o desemprego diminuiu como é que isto acontece? É aqui que o CFP não nos ajuda a identificar a razão, mas nem é necessário, porque todos nós sabemos que as desigualdades aumentaram e o resultado da política de salários baixos tem este resultado, inevitavelmente.
 
Só não sei dizer qual é a razão de se identificar a situação dos tais 20% de contribuintes, e ignorar a situação dos outros 80% dos contribuintes, que afinal pagam impostos indirectos iguais aos outros, mesmo auferindo salários cada vez mais inferiores aos dos poucos que ganham bastante.


quarta-feira, julho 18, 2018

JÁ NÃO HÁ VERGONHA


Imagine-se uma empresa, no caso a Parvalorem, criada pelo Estado para gerir as dívidas do falido BPN, onde já se enterraram cerca de 7.000 milhões de euros dos contribuintes portugueses.

A dita empresa atribuiu a altos quadros, ex-responsáveis do BPN (o banco que faliu), altos vencimentos (alguns superiores ao de Marcelo R. de Sousa), e 23 viaturas topo de gama, e outras mordomias ligadas ao seu uso, porque terá acordado que manteriam regalias adquiridas ainda no BPN (o tal banco que faliu por ser bem gerido).

Estas pessoas (altos quadros) foram aceites ou nomeados pelo responsável da empresa, certamente com o aval do ministro das Finanças ou de outro responsável governamental, que certamente ficou a par disto tudo.

Os cidadãos como eu, apenas solicitados a votar e a pagar impostos, não sabiam nada disto até se tornar público na comunicação social. Ficámos também a saber que a generalidade do trabalho estratégico da empresa (foi criada para fazer isso) está suportada em outsourcing ou em prestação de serviços a outras empresas, às quais se pagam, naturalmente, altas quantias. Também ficámos a saber que o Estado (nós) tem prejuízos anuais superiores a 100 milhões de euros com esta empresa.

Como curiosidade (apenas isso) ficámos também a saber que o presidente do conselho de administração da Parvalorem, Francisco Nogueira Leite, foi nomeado por Vítor Gaspar, reconduzido por Maria Luís Albuquerque e Mário Centeno (vários governos e tendências), mas que também foi gestor da Tecnoforma com Passos Coelho, até 2007.

Lembro-me de ouvir da boca destes ministros das Finanças, e dos primeiros-ministros que os nomearam, que era necessário fazer sacrifícios, que não havia dinheiro, que não se podia dar tudo a todos, e no entanto, neste caso parece que não houve assim tanto rigor, nem falta de dinheiro. Talvez possa estar enganado, ou até tenha interpretado mal o que foi noticiado, mas olhem que ainda não ouvi nenhum desmentido, nem qualquer esclarecimento que me leve a duvidar das fontes e do meu raciocínio.

Fontes AQUI e AQUI



terça-feira, julho 17, 2018

O ADEUS ÀS FÉRIAS

Porque se acabaram as férias, e amanhã será o regresso às tarefas rotineiras a que estou destinado, nada como um almoço leve e uma bebida diurética para habituar o organismo.

Nota: A caneca foi alterada pois não me apeteceu fazer publicidade gratuita.


sexta-feira, julho 06, 2018

UM TRONO DIFERENTE


Falar de D. João VI sem ser por causa da ida para o Brasil, por causa das perninhas de frango, dos órgãos de Mafra ou da sua esposa, é uma tarefa delicada, mas ligar este rei a um trono muito diferente do usual, é estranho.

O rei não era propriamente um símbolo de boa saúde, porque tinha problemas digestivos, problemas de locomoção, e ainda, facto menos divulgado, problemas de audição.


Hoje venho falar-vos do “trono acústico” de D. João VI, feito por encomenda real por F. C. Rein, um fabricante inglês de aparelhos auxiliares de audição. O conceito não era novo, já tinha sido inventado um século antes por M. Duguet, para doentes franceses com alto grau de surdez.


Este “trono” era constituído por uma cadeira ao estilo da época, em que os braços eram perfurados terminando com a forma de cabeça de leão de boca aberta, formando condutas que se encontravam nas costas da cadeira, ao qual estava ligado um tubo flexível com um terminal idêntico aos actuais auscultadores, que o rei podia introduzir no seu pavilhão auditivo.


O método discreto de disfarçar a dureza de ouvido, ajudava o monarca durante as cerimónias do beija-mão, em que os súbditos se ajoelhavam diante do rei, falando assim ao mesmo nível dos braços da cadeira.


Infelizmente não se conhece o paradeiro deste “trono acústico”, mas conhecem-se réplicas do mesmo em Inglaterra, e seria interessante ter uma réplica num dos nossos museus ou palácios, possivelmente no de Mafra, que tem bastantes pontos de ligação a D. João VI.  



Trono







         Costas da cadeira                                                                                              Terminal