segunda-feira, janeiro 30, 2017

ESGOTOS, RATOS E MAU CHEIRO

O Palácio Nacional de Mafra e a Escola de Armas foram notícia pela abertura ao público dos subterrâneos (esgotos) do palácio na passada sexta-feira à noite, que suscitou muita procura por parte de interessados em conhecer um local que faz parte dos mitos urbanos.

Para os muitos que difundiram estórias sobre os ratos gigantes e albinos que deambulavam pelos subterrâneos do palácio, terá sido uma desilusão, e aqueles que vão construindo narrações fantásticas sobre túneis que ligam o edifício à Ericeira, também não terá sido uma grande oportunidade para desenvolver a ideia.

Deixando de parte os mitos e as divagações, deixo-vos com uma questão mais séria: alguém me pode explicar como é que construíram tão enorme edifício, onde pontua um palácio real, com um tão bem dimensionado conjunto de esgotos (túneis) e não se lembraram de fazer canalizações de água para o andar nobre, de modo a equipar a zona do palácio com água corrente?


Claro que me podem brindar com os diversos pontos de água que existiam, na zona da Basílica, no piso onde existiriam cozinhas (sob os torreões) e no Convento, mas no Palácio Real olhem que ainda não me conseguiram indicar um só, e já investiguei e indaguei bastante.

Deixem de lado o cheiro a esgotos, que esse é mais do que normal porque esses continuam a cumprir a sua função.

Foto do DN

sábado, janeiro 28, 2017

FOTOS - MOSTEIRO DA BATALHA

A zona fronteira ao Mosteiro da Batalha já teve outro aspecto e as mudanças até aos nossos dias foram diversas como se percebe pelas fotografias.
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quinta-feira, janeiro 26, 2017

EMPRESÁRIOS PORTUGUESES

Eu sei que não podemos generalizar, que é perigoso, mas infelizmente conheço demasiados empresários portugueses que só não exploram mais os seus funcionários porque a lei não o permite.

O salário mínimo nacional é dos mais baixos da União Europeia, e como o mercado é globalizado e a moeda é a mesma nos países do euro, quem ganha menos tem grandes dificuldades em ter uma vida decente, algo que todos quantos trabalham deviam ter direito.

O patronato português que clama aos sete ventos não querer competir por via dos salários baixos, exige ao governo contrapartidas para a implementação do salário mínimo de 557 euros, e este até acede em compensar o “aumento extraordinário” de 27 euros, com uma descida da TSU, que depois não passou no Parlamento.

Uma das empresas nacionais que tem tido um crescimento fantástico em Portugal, abrindo novas lojas um pouco por todo o lado, tem este ano 25% dos trabalhadores a auferir o SMN, e o seu patrão gostava de poder despedir à vontade, aumentar o número de horas de trabalho (para além das 40 horas) sem os pagamentos previstos na lei, continuando assim a expandir o seu negócio, e naturalmente os seus lucros.


O vídeo é perfeitamente explícito, e mostra que não existe qualquer preconceito da minha parte no presente post… 



O vídeo foi retirado do YouTube mas ficou guardado em inúmeros sites e computadores bem como no site do Expresso.

terça-feira, janeiro 24, 2017

A AMBIÇÃO E O PODER PODEM CEGAR

Os políticos têm feito um péssimo trabalho nos últimos anos e o resultado é o descrédito que o povo nutre por eles, e o surgimento de diversos tipos de populismo, igualmente perigosos, mas que se perfilam como alternativa ao pantanal da política que se vai agarrando ao poder.

O exemplo maior do populismo desbocado e perigoso é sem dúvida Trump, até porque é hoje o presidente de uma grande potência, mas está longe de ser o único exemplar dessa nova ameaça, até porque na Europa, e não só, já vamos tendo diversos (maus) exemplos.

São conhecidos os dislates da família Le Pen em França, mas o exemplo mais recente do um político não deve ser, nem dizer, partiu das afirmações do actual primeiro-ministro holandês, Mark Rutte.

Rutte finge ignorar que em Democracia deve ser possível discordar, manifestar ideias diferentes e protestar e prefere escrever uma carta aberta onde defende que “os que não gostam de um país devem partir devem partir”, como se pretender a mudança fosse algo de errado em si mesmo.


Não está em causa defender estas ou aquelas ideias políticas, o que agora nem vem a propósito, mas apenas a Liberdade de poder almejar a uma mudança, sempre que não estamos de acordo com o estado das coisas.  


domingo, janeiro 22, 2017

AS BAILARINAS



Há determinados temas na pintura que inevitavelmente nos levam a recordar alguns pintores que os abordaram de forma magistral. Edgar Degas, como é vulgarmente conhecido, foi um pintor que sempre ficou na minha memória como um exímio pintor, que nos deixou delicadas pinturas de bailarinas, que o tornaram um pintor de renome.

Muitas vezes classificado como um impressionista, embora não tenha utilizado as cores que caracterizam este estilo, era muito mais conservador e terá tido por isso mesmo menor impacto na opinião pública da época do que Monet, este sim um verdadeiro impressionista.

Degas também se distinguiu na escultura, e A pequena bailarina de catorze anos, esculpida em bronze, terá sido talvez um dos maiores marcos da sua obra, deixando chocados os seus colegas e toda a «boa sociedade da época». Vale a pena ler o texto constante na Wikipedia (AQUI).


The Opera Dance Studio on the Rue Le Peletier

The Star - Dancer on Stage

quarta-feira, janeiro 18, 2017

PÁTIO DA AUDIÊNCIA DO PAÇO DE SINTRA

 
Esta é uma foto do Pátio da Audiência do Palácio Nacional de Sintra, de 2000, onde se sabe que D. João I recebeu os espiões que mandara a Ceuta para verem as defesas e as fraquezas das suas muralhas, antes de seguir para a sua conquista como relata Azurara. 


Esta cena do filme Camões, de 1946, é responsável pela tradição que foi passando de pais para filhos, segundo a qual o poeta teria lido a sua obra maior ao rei D. Sebastião neste local. Não existe qualquer prova documental de tal acontecimento, mas a tradição, tal como as lendas, dão sempre um toque de interesse que perdura nas lembranças, muito mais do que a História contada de forma enfadonha.

Postal antigo com a referência tradicional

segunda-feira, janeiro 16, 2017

AVALIAÇÃO NEGATIVA DA CULTURA

A última avaliação mensal feita pela Eurosondagem mostra que o ministro da Cultura é o segundo ministro que apresenta uma avaliação mais negativa por parte dos inquiridos, facto que não é normal, e que surpreende todos pela negativa.

Esta avaliação surge pouco tempo depois da decisão do governo de se voltar a ter entradas grátis nas manhãs de todos os domingos e feriados, em contraste com o que existia, que era a entrada grátis apenas nos primeiros domingos de cada mês durante todo o dia.

Um pouco antes tinha-se entrado nas comemorações do tricentenário do Palácio Nacional de Mafra, com festa e foguetes como convém. O anúncio da conclusão da construção do Palácio Nacional da Ajuda também é ainda recente, como o anúncio da conclusão do projecto museológico do Museu dos Coches (este ainda por realizar).


Com tantos anúncios e factos que em princípio deviam agradar aos cidadãos, como explicar esta avaliação tão negativa deste ministro rotulado de diplomata? Dá que pensar…  


sábado, janeiro 14, 2017

REAIS PALÁCIOS DE VERÃO


A monarquia portuguesa tinha à sua disposição diversas residências não permanentes em diversas localidades, e como tal ia-as usando em ocasiões tão diversas como refúgio de Verão, época de caça, zona segura em tempos de peste, ou até para impressionar chefes de Estado estrangeiros.


A residência permanente foi quase sempre em Lisboa, o que é natural, mas isso nunca impediu que os monarcas tivessem algumas preferências diferentes, deslocando-se mais ou menos a uma ou outras.


Nas residências não permanentes normalmente não ficavam muitos móveis, mesmo nos últimos séculos, e por isso quando os reis decidiam deslocar-se para lá, havia quase sempre quem fosse à frente com móveis, e outros itens para proporcionar aos monarcas e seus acompanhantes, uma estadia confortável.


O estado dessas residências também determinava o uso de certas dependências em melhor estado de conservação, em detrimento de outras menos cuidadas, e também era determinante o tempo de estadia esperado e os actos oficiais que estavam previstos.


Estas explicações parecem óbvias para os conhecedores, mas outros menos informados ficam bastante surpreendidos com diferentes fotos ou gravuras de alguns palácios, de épocas relativamente recentes, e é preciso explicar as razões para que possam melhor apreciar o Património e as suas vivências em tempos passados.


Imagem da Sala dos Cisnes (P.N.Sintra) com mesa de jogo do pião em 1º plano
Este mesmo jogo do pião está hoje em exposição no Palácio de Mafra

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quarta-feira, janeiro 11, 2017

RELAXANDO JUNTO AO MAR

Por vezes não encontro nada melhor do que uma paragem junto ao mar, de preferência algo revolto, ouvindo o barulho das ondas e o piar da aves marinhas que fazem o seu bailado enquanto se alimentam junto à praia.

Bailado By Palaciano

Baile By Palaciano

segunda-feira, janeiro 09, 2017

AS RESPONSABILIDADES DOS CICLISTAS

Desde já me declaro como não sendo um ciclista, para que não restem dúvidas, mas hoje vou escrever algo politicamente incorrecto sobre os ciclistas, ou pelo menos sobre alguns e uma associação de ciclistas.

Quando se fala da obrigatoriedade do uso de capacete por parte dos ciclistas, no parecer sobre o Plano Nacional de Segurança Rodoviária, eis que surge uma associação de vários ciclistas a contestar essa obrigação, argumentando que “são os veículos motorizados com a sua grande massa e elevadas velocidades, e a sua utilização irresponsável, que constituem a principal fonte desse risco e causa da grave sinistralidade em Portugal”, e que o que mais contribui para o aumento da segurança de cada ciclista “é precisamente o incremento do número de bicicletas em circulação”, e que a obrigatoriedade do uso do capacete teria um efeito dissuasor à adesão de mais utilizadores.

Não sei o que seria da segurança rodoviária se cada grupo de utilizadores dos diferentes meios de locomoção decidisse ser contra as obrigatoriedades decididas nos últimos anos pelas autoridades. Imagine-se que os condutores dos automóveis decidiam ser contra o uso do cinto de segurança, ou se os motociclistas decidissem ser contra o capacete de protecção.

Todos sabemos que existem os mais vulneráveis, como sejam os peões, ou os ciclistas, e até os motociclistas, mas é por isso mesmo que se fazem leis para os proteger, não deixando por isso de continuar a ser vulneráveis. Sabe-se que as leis não conseguem evitar os maus comportamentos, mas têm a sua utilidade.

Devo lembrar os senhores ciclistas que a ausência de leis a que os ciclistas estejam obrigados me incomoda, porque partilham a via pública e quase não têm obrigações nem normas de segurança para os veículos que conduzem. Estou a lembrar-me de que podem circular sem qualquer superfície reflectora que os torne mais visíveis, de não serem obrigados a ter nos veículo espelhos que lhes permitam ver os veículos que os antecedem, de poderem circular a par e em grupos grandes em estradas de uma só via, não permitindo que os outros veículos os ultrapassem mesmo quando vão em passeio e amena cavaqueira a baixíssimas velocidades, etc.


Todos temos direito às nossas escolhas na locomoção, todos temos que nos respeitar, e não podemos querer partilhar as estradas sem obrigações. 


sábado, janeiro 07, 2017

PORTUGAL

Avivo no teu rosto o rosto que me deste,
E torno mais real o rosto que te dou.
Mostro aos olhos que não te desfigura
Quem te desfigurou.
Criatura da tua criatura,
Serás sempre o que sou.

E eu sou a liberdade dum perfil
Desenhado no mar.
Ondulo e permaneço.
Cavo, remo, imagino,
E descubro na bruma o meu destino
Que de antemão conheço:

Teimoso aventureiro da ilusão,
Surdo às razões do tempo e da fortuna,
Achar sem nunca achar o que procuro,
Exilado
Na gávea do futuro,
Mais alta ainda do que no passado. 


Miguel Torga

Entardecer by Palaciano

quinta-feira, janeiro 05, 2017

CULTURA E GESTÃO

Não vejo nenhuma incompatibilidade entre a Cultura e a economia, por isso acho que a sustentabilidade dos equipamentos culturais é sempre desejável, mesmo que por vezes tenham que se associar alguns equipamentos da mesma área para encontrar sinergias que puxem por todos e racionalizem o investimento.

Esta semana conheceu-se a intenção do CCB de lançar um concurso para construir um hotel de cinco estrelas e outras áreas comerciais, o que nos fez recordar os argumentos de João Soares quando chumbou o plano para o eixo Ajuda/Belém protagonizado por António Lamas, que se sintetizava no facto de “esvaziar o CCB da sua missão primordial”. É curioso como a memória pode ser tão selectiva.

O CCB afinal não é o grande sucesso que “nos vendem”, e mesmo com entradas pagas em 2017 não garante a sua autonomia, tendo que recorrer a rendas (do hotel e das lojas) para ser viável economicamente, o diabo vai ser o investimento necessário para a construção dos dois módulos ainda inexistentes.

Nestas coisas do investimento temos sempre um problema para resolver que é encontrar os parceiros para o negócio, e aqui voltamos à vaca fria, e lá surge o turismo de Lisboa (ATL) e a Câmara de Lisboa (CML), que por acaso já estão envolvidos na solução para o fecho do Palácio Nacional da Ajuda, para não falar num outro negócio ainda pouco falado do antigo quartel dos lanceiros.


Com outra geometria e sem puxar por outros equipamentos culturais menos visitados da zona, estamos perante uma realidade pouco diferente do plano de Lamas, ainda que com menos ambição e sem o aproveitamento de sinergias, mas ainda estamos agora na fase de intenções…


terça-feira, janeiro 03, 2017

A CONCESSÃO DE PATRIMÓNIO A PRIVADOS

Nos últimos dias foi conhecida a decisão do governo de concessionar diversos monumentos a privados, e eu manifestei alguma apreensão por não serem conhecidos os detalhes das concessões, o modo como os privados irão rentabilizar os mesmos, e quais as condições de acesso público aos mesmos, ou parte deles, por parte do público em geral.

Não tenho qualquer preconceito relativamente à exploração por privados dos monumentos que o Estado não consegue cuidar devidamente, mas tenho muitas dúvidas quanto ao modo como ficam acautelados os direitos do Estado, e portanto dos cidadãos, já que o Estado não tem sido bom negociador nesta matéria.

Fui diversas vezes confrontado com a experiência bem conseguida da empresa Parques de Sintra, mas esta não pode servir de exemplo nesta matéria já que, apesar de ter uma gestão de direito privado, a empresa é inteiramente de capitais públicos. Mesmo reconhecendo o excelente trabalho da PSML, não podemos esquecer que no seu início a gestão não foi muito feliz, e só com uma mudança entrou no caminho de sucesso que todos aplaudimos.


Vamos esperar que tudo corra pelo melhor, mas convém manter a pressão sobre o governo, de modo a que o processo seja transparente e que existam meios de monitorizar a actuação dos concessionários durante todo o processo.


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domingo, janeiro 01, 2017

A ESPERANÇA

Quando nos preparamos para começar um novo ano o desejo mais expresso por quase toda a gente é a Paz entre os homens, a realidade contudo acaba por nos fazer descer à terra, e já só esperamos ter saúde e que o novo ano não seja pior do que o que terminou...

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