terça-feira, junho 06, 2017

POBRE CULTURA

Os últimos dias têm sido terríveis para a Cultura, especialmente para o sector do Património, onde as broncas têm surgido umas a seguir às outras, e há quem garanta que a procissão pode ainda estar no adro, porque se forem além da superfície, as investigações podem encontrar muito mais irregularidades que as já denunciadas.

Já aqui manifestei a minha opinião sobre uma estrutura como a DGPC, pesada e demasiado centralizadora, que em nada fica a dever ao antigo IPPC, que todos acharam ineficaz há dezenas de anos. Quando o poder de decisão é centralizado e distante dos serviços, e não existe nenhuma capacidade de decisão nos serviços tutelados, não se podem sacar responsabilidades aos seus chefes, que ou baixam os braços ou são substituídos quando apresentam reivindicações que não agradam à tutela.

Os acontecimentos em Tomar, e as notícias sobre os Jerónimos foram incómodas para o senhor ministro, mas está visto que decidiu atirar para canto, com um inquérito de que pouco se espera, porque a haver culpados terão que ser em primeira instância os altos quadros que falharam o seu dever de fiscalização, e decidiu acalmar a opinião pública com o anúncio das entradas grátis aos domingos e feriados pela manhã, que aguardavam regulamentação, que ainda nem sequer é conhecida, e sobre a qual não deu qualquer pista.


O sector está doente, muito doente, e o 1º ministro devia ouvir os trabalhadores de todos os sectores do Património, a começar pelos que estão no terreno e em contacto com o público, e também os operadores turísticos, nomeadamente os guias turísticos, para ter uma ideia do que está mal e do que podia ser feito, porque nos gabinetes reina a miopia total.


2 comentários:

  1. Nem com lentes de contacto

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  2. Este ministro da Cultura caiu lá de pára-quedas, e a DGPC é um anacronismo.
    Joca

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