quarta-feira, outubro 29, 2014

BASÍLIO HORTA COBIÇA PARQUES DE SINTRA



O presidente da Câmara Municipal de Sintra manifestou publicamente que “Sintra não está confortável com a posição que tem” no capital da PSML, onde a Câmara tem a participação de 15%.

Como a memória do autarca parece ser curta, talvez seja de recordar que ainda há poucos meses, e depois de o negócio já estar anunciado publicamente, e de já existir um plano de recuperação para a compra, por parte da Parques de Sintra, do Hotel Neto, o executivo camarário decidiu acionar o direito de preferência e comprou o edifício, gorando um negócio já praticamente acordado.

Na altura Basílio Horta não se importou muito com o facto de a CMS ser membro da dita sociedade, e de ter deixado chegar as coisas onde chegaram.

O actual executivo camarário que ficou detentor do Hotel Neto, onde nada foi feito até hoje, é também dono de diversas quintas, cinemas e outros edifícios de interesse público que estão ao abandono, e para os quais não se conhecem planos de revitalização que os tornem apetecíveis aos visitantes de Sintra, o que pouco abona a favor da pretensão do autarca.

Para dinamizar o turismo na zona de Sintra, a CMS bem podia investir na recuperação dos (muitos) edifícios degradados, na recuperação dos arruamentos e passeios que estão em muito mau estado, e na sinalização adequada de todos os pontos de interesse, que são muitos.


Humor Nacional

segunda-feira, outubro 27, 2014

UM PASSEIO PELA ERICEIRA

O mar é sempre uma atracção, seja aqui na Ericeira, seja em qualquer outro ponto da nossa bonita costa.

Não olhei apenas para o mar e a máquina fixou outros motivos igualmente interessantes... 


domingo, outubro 26, 2014

QUE PATÉTICO

Quanto mais se aproximam as eleições mais Passos Coelho parece perder o pé, emitindo opiniões muito pouco razoáveis e mesmo pouco condizentes com a realidade.

A última de Passos Coelho foi dirigida aos jornalistas e aos comentadores dizendo que é "patético" não assumirem erros.  Coitados dos jornalistas e comentadores que têm levado este governo ao colo, que tudo fizeram para merecer esta "canelada".

O 1º ministro não reconheceu até à data qualquer erro do seu consulado, nem pediu desculpa a ninguém, e devia...


sexta-feira, outubro 24, 2014

TIQUES DO PODER

Há quem fale em bebedeiras do poder, em apego ao mesmo, ou mesmo em ditadura, mas não é preciso adjectivar muito, porque não passa da defesa de interesses a que o poder político está enfeudado.


quarta-feira, outubro 22, 2014

A QUEDA DA CADEIRA

Passos Coelho prefere criticar os que pedem eleições antecipadas, acusando-os de gulodice, mas que ele vai cumprir escrupulosamente a Constituição, não lhes fazendo a vontade.

Que Passos Coelho não morre de amores pela Constituição não é novidade para ninguém, mas será surpresa para alguns o seu apego à mesma.

Os portugueses ficam agora com a certeza de que quer ficar mais 4 meses no poder, e que tudo fará para não ser corrido do poder pelos eleitores que o detestam e pelos que se sentem enganados por ele.


segunda-feira, outubro 20, 2014

Bocage




 Bocage poeta da Liberdade

"Reclama o teu poder e os teus direitos
Da Justiça despótica extorquidos."


Bocage viveu numa época de crise evidente. A economia era frágil, o ouro do Brasil esvaía-se no luxo desenfreado da Corte, o erário público era delapidado pelas despesas abissais da marinha e do exército. As amplas e radicais reformas encetadas pelo Marquês de Pombal foram sistematicamente subvertidas. O povo indigente gemia a sua impotência.
Em França, vivia-se um período extremamente conturbado. A revolução tinha varrido a nobreza, Luís XVI e Maria Antonieta foram decapitados e os ventos que apregoavam os ideais de Liberdade, igualdade e fraternidade faziam-se ouvir com fragor. Os centros de convívio lisboeta eram palco de subversão, discutia-se acesamente nos cafés e nos botequins as vicissitudes da revolução francesa, criticava-se abertamente o poder e a situação política nacional, imprimiam-se "papéis sediciosos", aguardava-se com ansiedade os livros revolucionários que chegavam a Portugal pelos portos de Setúbal e de Lisboa.
Devido à impotência da rainha D. Maria I, que enlouquecera, o poder estava amplamente concentrado nas mãos do Intendente, Diogo Inácio de Pina Manique, político que instaurou um autêntico estado policial, velando pela "ordem", proibindo livros dos filósofos franceses iluministas – Diderot, Voltaire, Rousseau, entre outros –, vigiando portos, disseminando agentes pelos cafés, os "Moscas", que, discretamente, identificavam os "fautores da subversão", os críticos mais acérrimos da política portuguesa.
Em 1790, Bocage regressa a Portugal na sequência de uma estada agitada pelo Oriente. Para trás ficara uma experiência marcante em contacto com culturas díspares como a brasileira, a moçambicana, a indiana, a chinesa e a macaense. Os ideais de solidariedade social implícitos na revolução que se consolidava em França exerciam sobre ele um apelo inelutável.
Em Lisboa, nos dez anos subsequentes, levou uma vida de boémia, de franco convívio com o "bas-fond" da cidade. A sua peculiar experiência de vida, a irreverência, a extroversão, a emotividade, a frontalidade, a ironia, a percepção aguda da realidade e o imenso talento que o caracterizavam, de imediato, lhe granjearam um séquito de admiradores incondicionais. No "Botequim das Parras", no "Café Nicola" e noutros lugares de encontro dos noctívagos lisboetas, Bocage foi rubricando críticas aceradas aos múltiplos problemas nacionais, ao despotismo de Pina Manique, ao ambiente de suspeição em que se vivia, à natureza do regime e à ausência dos direitos humanos mais elementares.
Por outro lado, nesta fase da sua vida, Bocage, para além da poesia lírica, compôs poemas de carácter satírico contemplando pessoas do regime, tipos sociais e o clero, facto que não agradou obviamente ao poder. Poemas como "Liberdade, onde estás? Quem de demora?", "Liberdade querida e suspirada", "Pavorosa Ilusão da Eternidade" ou um outro em que faz explicitamente o louvor de Napoleão, paradigma da revolução francesa, e a crítica do Papa conduziram-no à prisão, por crime de lesa-majestade. No Limoeiro, vivendo em condições infra-humanas, moveu as suas influências e beneficiou da amizade do ministro José de Seabra da Silva e da sua popularidade. Três meses mais tarde, era entregue à Inquisição, já sem o poder discricionário que outrora tivera, sob a acusação de impiedade. Dos cárceres da Inquisição passou para o Mosteiro de S. Bento, como comprova o respectivo "Dietário", referente a 1798:
"A 17 do presente mês de Fevereiro foi mandado para este Mosteiro pelo Tribunal do Santo Ofício o célebre poeta Manuel Maria Barbosa du Bocage, bem conhecido nesta corte pelas suas Poesias e não menos pela sua instrução. Tinha sido preso pela Intendência, e ele reclamara para o Santo Ofício, onde esteve até ser mandado para este Mosteiro." No mesmo livro, no capítulo relativo ao mês de Março, é mencionado o facto de o Abade do Mosteiro ter recebido uma carta do Tribunal do Santo Ofício, dando por finda a reclusão do poeta, por determinação de sua Majestade, e exigindo a sua transferência para o Hospício das Necessidades. Tudo leva a crer que o escritor fora tratado com excessiva brandura no Mosteiro de S. Bento, incompatível com a "reeducação" que Pina Manique animosamente prescrevera. A 22 de Março de 1798, Bocage deu entrada no Hospício das Necessidades, em regime de vigilância apertada, sem poder, segundo ofício de Pina Manique, "sair fora sem nova ordem, nem comunicar com pessoa alguma de fora, à excepção dos Religiosos Conventuais [...], andando em liberdade no mesmo Hospício, sem que venha abaixo às Portarias e à mesma Igreja, e nas horas de recreação poderá ir à Cerca na companhia dos Religiosos e Conventuais e assistir no Coro a todos os ofícios". Acrescentava ainda o ditador: “[...] O Príncipe nosso Senhor espera que com estas correcções que tem sofrido tornará em si e aos seus deveres, aproveitando os seus distintos talentos com os quais sirva a Deus nosso Senhor, a S. Majestade e ao Estado, e útil a si, dando consolação aos seus verdadeiros amigos e parentes, que o vejam entrar em si verdadeiramente, abandonando todos os vícios e prostituições em que vivia escandalosamente."
Pouco durou esta reclusão. Mais uma vez o seu carisma e o seu reconhecido talento prevaleceram. Porém, a saga de Bocage com a Inquisição reacendeu-se em 1802, tendo sido aberto novo processo por denúncia feita por Maria Theodora Severiana Lobo que o acusava de pertencer à Maçonaria. Por falta de provas e provavelmente devido à saúde fragilizada do escritor, o referido processo, que pode ser consultado na Torre do Tombo, foi arquivado. Um último aspecto é digno de menção: a censura perseguiu ocage durante toda a sua vida. Muitos versos foram cortados, outros ostensivamente alterados, poemas houve que só postumamente viram a luz do dia. Compreende-se plenamente o seu anseio desesperado: "Liberdade, onde estás? Quem te demora?"
Daniel Pires
(extraído de Exposição biobibliográfica comemorativa dos 230 e dos 190 anos do nascimento e da morte de Bocage. Setúbal: C.M.S., 1995)


sábado, outubro 18, 2014

INSULTAR QUEM TRABALHA É CRIME



O governo veio agora anunciar que insultar, agredir ou desobedecer a funcionários do fisco vai dar multa ou prisão até cinco anos.

Em geral tenho tendência a discordar com a maioria das decisões deste governo, mas neste caso em particular devo dizer que concordo.

A minha concordância é quase total, porque eu sou a favor da criminalização do insulto e da agressão de qualquer pessoa que esteja no cumprimento das suas actividades profissionais, sejam funcionários do fisco ou sejam profissionais de qualquer outra empresa ou sector de actividade.

A coberto da máxima de que “o cliente tem sempre razão”, muitas pessoas acham-se no direito de importunar e por vezes agredir verbal ou fisicamente quem os atende ou lhes presta algum serviço, apenas porque a vida não lhes corre bem ou porque os seu desejos não são atendidos.

Infelizmente conheço muitos profissionais da reclamação e uns quantos indivíduos mal formados, para quem só a sua vontade e a sua razão contam, e que não respeitam o trabalho de outrem.

A lei não deve criar discriminação de qualquer espécie, e esta devia defender todos os que são alvo de insultos ou agressão no desempenho das suas funções laborais.



quinta-feira, outubro 16, 2014

NÃO ME ENGANEM QUE EU NÃO GOSTO



A palavra de boa parte dos políticos não vale mesmo nada, mas ao menos podiam evitar fazer figuras ridículas dizendo enormidades que só poderão enganar os mais fracos e menos informados da nossa sociedade.

Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças, veio a público afirmar que “muitas famílias vão ter mais poder de compra”, mas não precisou quais, nem porquê.

Não sei se a ministra se estava a referir apenas à carga fiscal, já constante da proposta de Orçamento de Estado para 2015, mas tenho a certeza de que não levou em linha de conta muitas coisas que afectam grandemente o orçamento das famílias.

A ministra pretendeu ignorar a subida das tarifas da electricidade, já a partir de Janeiro, o aumento da carga fiscal sobre os combustíveis, que afecta os preços das mercadorias e dos serviços, e outros impostos (verdes ou de outra qualquer cor), já para não falar do aumento do imposto sobre o tabaco e sobre as bebidas alcoólicas que também estão previstos.

Colocando tudo na balança é insensato vir dizer que “muitas” famílias vão ter maior poder de compra, porque não é isso que o OE apresentado nos diz.


A bela quarentona vestida à moda da Renascença

quarta-feira, outubro 15, 2014

AS MEIAS VERDADES

"Nenhum mentiroso tem uma memória suficientemente boa para ser um mentiroso de êxito."

 Abraham Lincoln



segunda-feira, outubro 13, 2014

PORTUGAL DEPOIS DAS PRIVATIZAÇÕES



Durante vários anos os governantes de Portugal andaram a pregar que o Estado tinha uma dimensão demasiadamente grande, e que estava por isso a sufocar a economia, para além de ter uma gestão ineficiente que prejudicava os cidadãos.

Na fúria privatizadora foram empresas como a GALP, a PT, os CTT, ou a EDP, tudo empresas que davam lucro e que funcionavam praticamente em regime de monopólio. Convém acrescentar que estão nos planos de privatização deste governo, a TAP e as Águas de Portugal.

Os anéis já estão quase todos no prego, e já foram agarrados alguns dedos deste pobre povo. Portugal está mais pobre e endividado, e os portugueses pagam agora muito mais impostos do que antes das privatizações, e têm cada vez menos direitos.

Não está em causa apenas o que perdemos, porque a maior parte destas empresas está em mãos estrangeiras sem que o país tenha melhorado a sua situação económica, mas também deixámos de poder decidir verdadeiramente sobre serviços e bens estratégicos, pagando hoje muito caro pelos erros estratégicos.

Hoje já há quem “chore lágrimas de crocodilo” pela PT, e ainda berre porque pagamos mais impostos e o Estado fornece cada vez menos serviços e de menor qualidade, mas são incapazes de parar para pensar como é que se chegou aqui…