segunda-feira, novembro 25, 2013

PERGUNTEM AO CEGO…



Na minha terra costuma dizer-se, quando estamos a falar de uma evidência, que é como perguntar a um cego se quer ver, pois a pergunta só tem uma resposta possível.

Vem isto a propósito das declarações do dirigente da CIP depois de ser recebido por Paulo Portas, a propósito da chamada “reforma do Estado”. Considerou António Saraiva que o “guião da reforma do Estado é uma proposta bem desenhada”.

Convém não deixar passar em claro que A. Saraiva também acrescentou que “o Estado deve sair de determinadas áreas onde está provado (?) que não é eficiente ou eficaz, deve concessionar, deve privatizar (…) o guião fala da saúde e educação, são exemplos, mas há outras áreas.”

Para que dúvidas não restassem sobre o esvaziamento das funções do Estado, basta juntar as declarações dePassos Coelho, hoje em Borba, que sobre a partilha ou entrega de funções hoje da responsabilidade do Estado: “À excepção de, por exemplo, a justiça penal e as áreas de defesa da soberania nacional, todas as outras são partilháveis.”

Se este governo não é neoliberal, então não sei o que será…



1 comentário:

  1. Como disse Saramago: privatizem também a puta que os pariu! Fim do estado só se fôr numa perspetiva anarquista. O que se está a desenhar não é o fim do estado, é um estado de impostos e taxas para alimentar um setor privado cego pelo lucro. Esse setor privado, que se pretende substituir ao próprio estado, tem os mesmos agentes dos senhores que governam a coisa pública. É um fartar de vilanagem! Os partidos da direita - PS/D/PP - já não são partidos, são autênticas organizações empresariais que concorrem entre si na gestão dos impostos dos contribuintes.
    Um abraço nada cego

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