quinta-feira, setembro 05, 2013

A CRISE E A INVEJA



Em tempos de crise seria de se esperar que os portugueses se unissem, e que os governantes pugnassem por isso, mas as coisas não se passam assim em Portugal, onde os governantes preferem fomentar a inveja para mais facilmente alcançarem os seus objectivos, não confessados, diga-se.

A convergência entre o sector público e o sector privado tem sido o campo onde Passos Coelho e seus apaniguados mais têm centrado a sua táctica de fomento das invejas, dum modo simplista mas até agora eficaz.

Falar em convergência é neste caso específico uma falácia facilmente desmontável, porque o propósito primeiro é tão só o do nivelamento por baixo, tanto em salários como nos direitos.

Ainda hoje pude ler no DN a opinião dum senhor que diz que os funcionários públicos têm que trabalhar as 40 horas porque ele trabalha, por vezes 10 horas sem receber horas extraordinárias, ou que na aposentação e na saúde os seus direitos são menores que os usufruídos pelos funcionários públicos.

É evidente que o dito senhor foi influenciado pelos governantes e pelos seus comentadores, que estão em toda a imprensa escrita e falada, pois não pede para si mais direitos, ou melhores condições de trabalho. Tal como os mentores, não quer melhorar, mas sim que os outros piorem, o que nem sequer é saudável.

O peso do Estado português não está acima da média europeia, apesar de tudo o que possam dizer, e o que não conseguimos pagar é a dívida que os diferentes executivos foram criando, e não o regular funcionamento da máquina do Estado e do Estado social que agora se quer cortar.

Por vezes é bom parar para pensar e deixar de dizer o que outros dizem só porque o repetem muitas vezes…  


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