quarta-feira, julho 31, 2013

LER OS SINAIS



Costuma dizer-se que há diversas formas de olhar para os mesmos sinais, e que o que parece um copo meio vazio para uns, pode ser um copo meio cheio para outros.

Simplificando as coisas teríamos os optimistas e os pessimistas, quando estamos perante leituras opostas dos mesmos sinais. Na vida poucas coisas são assim tão simples, principalmente quando temos pessoas envolvidas nesses dados.

Quando se diz que o PIB nacional encolheu dá-se como garantido que os portugueses estão mais pobres, mas será isso verdade? Não forçosamente, porque nem todos empobreceram por igual, e há mesmo quem não tenha empobrecido.

A realidade portuguesa é que os mais pobres estão mais pobres e os mais ricos estão ainda mais ricos. As desigualdades aumentaram e o fosso entre as duas realidades aprofundou-se.

À luz dos números conhecidos e disponibilizados pelo Inquérito ao Rendimento e às Condições de Vida, em 2011, temos demonstrado à evidência o falhanço das medidas tomadas pelos governantes, e o aumento das injustiças na distribuição da riqueza gerada em Portugal.


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Humor: Sinais de Fumo

terça-feira, julho 30, 2013

ORGULHO


"O mal do nosso tempo é a superioridade. Há mais santos do que nichos."

Honoré de Balzac 
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Humor Canalha
A passadeira na política

sábado, julho 27, 2013

PODRIDÃO



A burla do BPN já custou aos portugueses mais de 4 mil milhões de euros mas ainda vai dar mais dores de cabeça aos cidadãos cumpridores das suas obrigações e amantes da Justiça.

Pelos vistos ainda há dívidas que podem vir a ser pagas pelos contribuintes, por via da venda do banco ao BIC, que ficou com o banco sem dívidas, por um preço de saldo.

O que custa ainda mais é ver a impunidade dos muitos responsáveis pela SLN e pelo BPN, que andam por aí à solta e ainda se dão ao desplante de fazer afirmações como esta: “isto denota uma certa podridão dos hábitos políticos”.

A podridão dos hábitos tem sido uma característica de políticos que passaram depois por cargos em empresas privadas, não por mérito profissional mas sim pelos contactos privilegiados que mantêm com o poder.

Se a podridão não existisse, há muito que teríamos culpados e mesmo condenados pelas grandes irregularidades públicas e privadas que se vão conhecendo.



quinta-feira, julho 25, 2013

A CONSTITUIÇÃO E PIRES DE LIMA



Agora que Pires de Lima foi confirmado como ministro da Economia, um jornal republicou algo que ele tinha dito há alguns meses e que passou despercebido a muitos.

Quando questionado sobre as funções do Estado e a Constituição Portuguesa, que ele reconhecia não ser possível alterar agora, disse que “… não é óbvio como é que se põe o país a crescer, porque seria preciso convencer outros a investirem em Portugal, estamos perante uma equação que é uma espécie de desafio ao próprio sistema democrático, pelo menos com esta Constituição.”

Agora como ministro, Pires de Lima tem que se cingir à Constituição e respeitar os acórdãos do Tribunal Constitucional. O ministro não pode agora atirar com a afirmação de que “não foi inconstitucional entrar três vezes em bancarrota nos últimos 30 anos” ou “ter-mos primeiros-ministros que levem Portugal à bancarrota.”

Pires de Lima faz agora parte dum governo suportado por dois partidos que já estiveram diversas vezes no governo e não me consta que estivesse disposto a levar a tribunal os maus governantes do seu quadrante político. Outra constatação é a de que este executivo é dirigido por um primeiro-ministro que prometeu uma coisa e faz o deu contrário, o que também não é inconstitucional, mas não lhe dá nenhuma credibilidade, pelo contrário. Cuspir para o ar é sempre um exercício arriscado…



segunda-feira, julho 22, 2013

A CRISE E OS MUSEUS E MONUMENTOS



A afluência de público a museus e monumentos é bastante diversa consoante as zonas do país e mesmo consoante as zonas da cidade em que estão implantados.

As agências de viagens que organizam os percursos para os seus clientes trabalham sobre determinados eixos onde estão situados pontos de interesse bem conhecidos e devidamente publicitados. Zonas como Sintra ou a zona ribeirinha de Lisboa até Belém, são dois exemplos do que já afirmei.

Este mercado cultural que descrevi é essencialmente virado para o turismo estrangeiro, e resulta em altas percentagens de visitantes estrangeiros nos museus e monumentos situados nestes eixos privilegiados, e muito baixas percentagens de visitantes nacionais.

Claro que podemos falar da crise económica para explicar uma certa diminuição de visitantes nacionais, tanto nos equipamentos bem situados como nos situados longe desses eixos, mas não é só essa a razão desta diminuição. Os preços também são elevados para o nosso nível de vida.

A política de manter entradas grátis aos domingos pela manhã, mantida por alguns museus e monumentos, é uma modo de fomentar as visitas por parte dos portugueses, e mesmo os equipamentos mais visitados que não têm esta política, podiam fazê-lo na época baixa. Não sou favorável a entradas grátis para turistas estrangeiros, mas sou favorável a uma discriminação positiva para os cidadãos nacionais.


Américo da Silva Amarelhe - CAM Fundação Calouste Gulbenkian