segunda-feira, abril 29, 2013

O DINHEIRO E O PODER POLÍTICO



Na minha humilde opinião o poder está há muito nas mãos de quem tem dinheiro, muito dinheiro. Os políticos, na sua maioria de carreira, sabendo que não se podem eternizar na política, acabam por servir o capital, que depois os recompensa com lugares no sector privado, bem remunerados onde ainda podem ser úteis devido às influências que ainda podem utilizar devido há teia de interesses que cultivaram.

Um caso recente saltou para o domínio público quando se tornou claro que a demissão de um secretário de Estado foi a consequência de ter tentado intervir contra os interesses de uma grande companhia, dominante no mercado, cujos dirigentes até comemoraram o acontecimento com champanhe.

O facto não foi desmentido, tão evidentes eram os factos.  



sábado, abril 27, 2013

PATRIMÓNIO A DESMORONAR-SE



Nos últimos dias tem sido notícia o mau estado de diversos monumentos, alguns com problemas pontuais, outros mesmo em risco de ruir, mas oficialmente não se ouve uma palavra que seja dizendo como acudir ao problema.

Eu já ouço o discurso da falta de verbas há pelo menos mais de uma década, e no entanto tenho assistido a gastos inúteis na área do Património, por erros políticos de palmatória.

Todos sabemos que existem monumentos que têm maior visibilidade ou que se encontram melhor situados geograficamente, atraindo por isso muito mais visitantes, e outros que não reunindo as mesmas condições e características, são menos visitados, ainda que igualmente sejam muito importantes artística e historicamente para muitos de nós. Uns deveriam compensar economicamente os gastos feitos nos outros, e o Estado veria aliviada a factura da sua conservação.

Outro factor de grande importância é a aposta na sua conservação permanente, que evita gastos muito mais significativos em restauros dispendiosos. Acreditem que nesta matéria o falhanço tem sido quase uma constante.

É possível fazer bem as coisas? Claro que é, e já estivemos muito perto de o conseguir, mas foi antes dos dinheiros da União Europeia e da ilusão das grandes obras. Nessa época o Património estava sob a tutela das Finanças, e as estruturas como DGMN e o Instituto José de Figueiredo ainda não tinham sido desmanteladas.



sexta-feira, abril 26, 2013

O ÁRBITRO INÚTIL



O discurso de Cavaco Silva neste 25 de Abril veio confirmar tudo o que eu pensava de semelhante criatura.

De qualquer árbitro espera-se imparcialidade e bom senso, e se tais atributos não existirem, então é inútil a presença do árbitro. Cavaco Silva mostrou claramente a sua inutilidade enquanto árbitro, ao tomar partido por uma das partes, ignorando o sentir e a vontade do povo.

As palavras ocas quanto ao desemprego e quanto ao excesso de austeridade, só têm paralelo com o pedido de fiscalização da constitucionalidade do Orçamento de Estado sem disso tirar as consequências necessárias. O cúmulo foi ver o chefe de Estado afirmar o seu medo em dar a voz ao povo, dizendo ser insensato pedir-se eleições antecipadas.

O governo perdeu a sua legitimidade por não cumprir as promessas eleitorais, e Cavaco Silva escolheu o seu lado da barricada, que não é o meu nem o dos portugueses que querem ser donos do seu destino.



quinta-feira, abril 25, 2013

25 DE ABRIL



Tem havido alguma polémica em torno das comemorações oficiais do 25 de Abril desde que os militares de Abril anunciaram a sua ausência do evento oficial, mas curiosamente os simpatizantes do círculo do poder vieram desvalorizar o caso. 

Na realidade as comemorações oficiais com a presença dos membros do governo e dos representantes dos partidos que o apoiam não faz qualquer sentido, atendendo ao que têm vindo a fazer desde que tomaram as rédeas do poder. Não falo de tendências políticas, obviamente, que essas são da responsabilidade de cada um, mas de coerência com o espírito que enformou o 25 de Abril, que não está presente na acção deste governo. 

Vi que os apoiantes do governo levaram sempre a intenção, de algumas pessoas ligadas ao golpe militar do 25 de Abril, não estarem presentes para as diferenças ideológicas, vindo por isso a clamar que existe Liberdade e Democracia, e que portanto não há razão para esta atitude. Eu discordo deles, o que não será novidade, precisamente porque as populações aderiram ao 25 de Abril porque era a sua oportunidade de viver num mundo mais justo, onde as pessoas e o seu bem-estar seriam a prioridade dos governantes, onde os direitos à habitação, ao ensino, à saúde e ao emprego estariam na linha da frente das preocupações do poder político. 

A Liberdade não se esgota na liberdade de expressão, e o 25 de Abril não se esgota por aí. O campo dos direitos essenciais e duma sociedade melhor e mais justa, é o calcanhar de Aquiles dos que reduzem esta data a palavras ocas, discursos vazios e promessas nunca cumpridas. 

Eu nunca estaria ao lado deles na comemoração desta data, porque eles estão nos antípodas dos ideais de Abril como se pode constatar pelas medidas que têm tomado. A hipocrisia política é simplesmente detestável.

Nota: Este foi o post que eu fiz há exactamente 1 ano.


terça-feira, abril 23, 2013

O PAÍS DO AVESSO



Um governo completamente incompetente, como o que ainda temos neste momento, só pode fazer asneiras em tudo o que decide. Não vale a pena arranjar desculpas com a troika, e com as suas exigências, porque bastam as suas próprias decisões para mostrar o que dizemos.

Os trabalhadores nacionais são chamados a pagar asneiras cometidas por entidades privadas, como sejam os bancos, por asneiras de ex e actuais governantes, que criaram a enorme dívida pública que temos, e por asneiras de nomeados por confiança política, para empresas públicas, que “jogam” com os dinheiros públicos.

A impunidade de maus governantes, maus gestores públicos e privados, cai sempre sobre as costas de quem vive do seu trabalho. Os culpados da crise nunca são chamados a responder perante a Justiça.

É sintomático que o governo pretenda despedir os funcionários públicos que ocupam as posições inferiores da pirâmide do funcionalismo público, como se esses fossem os culpados da crise que afinal é da responsabilidade dos que estão no topo dessa pirâmide, e mesmo no executivo.