terça-feira, outubro 30, 2012

VISITA INCONVENIENTE E INDESEJADA



Os portugueses são, reconhecidamente, hospitaleiros e acolhedores para os que nos visitam, e isso não é novidade para ninguém.

É de algum modo estranho que o Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT) tenha vindo a público dizer que a visita de Merkel pode “descambar em violência. Este organismo já se enganou quando disse temer alguma violência numa manifestação recente, se bem se lembram.

Os organismos encarregues da segurança nacional deviam ter-se pronunciado era contra a visita da senhora Merkel, que ela sim, é uma afronta aos portugueses que não tendo culpas na situação do país, são por ela, e pelos seus fiéis seguidores, forçados a pagar pelos erros dos mesmos que agora lhe lambem as botas.

Esta senhora não é bem-vinda a Portugal numa ocasião em que a nossa soberania está em causa. Os portugueses sentem-se humilhados com tanta austeridade que lhes está a ser imposta, que já fez que muitos estejam a viver abaixo do patamar mínimo de dignidade humana, enquanto os nossos parceiros europeus ganham à custa deste esforço que não nos conduz a mais nada que à pobreza generalizada.

Violência é a visita de Merkel a Portugal, que a receberá como um povo que não se submete às tentativas de domínio por parte de ninguém, como a nossa história bem o indica. Não lhe vamos fazer nenhum mal, mas vamos mostrar o nosso descontentamento pelo que nos estão a impor.



sexta-feira, outubro 26, 2012

SEI LÁ SE É



Andam por aí uns funcionários das entidades que nos emprestaram dinheiro a um juro bem generoso, que se dão ao desplante de debitar uns palpites sobre o que Portugal tem que implementar, a menos que se queira habilitar ao fecho da torneira.

Sempre ouvi dizer que quanto mais nos baixamos mais o cú se nos vê, e é perante a submissão absoluta dos nossos governantes que estes funcionários subalternos se colocam em bicos dos pés e dizem o que lhes apetece.

Já tinham dito que os portugueses ainda não tinham atingido o limite do esforço em sede de IRS, que até estava abaixo da média superior da UE, e agora vêm acrescentar que temos o subsídio de desemprego “mais generoso da Europa”.

Eu já sei lá se é funcionário do FMI ou outra coisa qualquer, o fulano que debitou esta bacorada, o que sei é que temos dos salários mais baixos da Europa, e somos dos que ficamos com menos rendimento líquido mensal, depois de pagar os impostos que sobre nós são lançados. Se o funcionário quiser que alguém lho demonstre, basta tentar governar-se com um salário mínimo nacional enquanto por cá ficar.  



quarta-feira, outubro 24, 2012

A FALTA DE SOLIDARIEDADE SOCIAL

Parece que o ministro Pedro Mota Soares admite recuar na intenção do governo em reduzir o limite mínimo do subsídio de desemprego, medida anunciada há pouco mais de 24 horas, afirmando que pode não avançar devido à "menor aceitação" por parte dos parceiros sociais.

Eu sou dos que creio que para este governo só existem núneros e que a sua ligação ao mundo real e às dificuldades dos cidadãos, simplesmente não existe. Constou-me que na calha estava estava a mudança do nome do ministério de Pedro Mota Soares e que já estava tudo preparado, como transparece da imagem alternativa do sítio do seu ministério que já circulava via correio electrónico.

Nota: A imagem não é oficial, mas o nome assenta-lhe que nem uma luva.


terça-feira, outubro 23, 2012

AGORA SEM MÁSCARA



Há em Portugal uma quantidade apreciável de gente que odeia os funcionários públicos e que gostaria de desmantelar todos os serviços públicos. Com frequência gritam aos 4 ventos que o Estado é perdulário e demasiado gastador.

Podia chamar à colação diversos nomes mas fico-me por dois dos mais conhecidos, por terem tribuna na comunicação social, e que são Miguel Sousa Tavares e João César das Neves. É óbvio que desconheço as suas motivações, mas custa-me ouvir tantas acusações infundadas e tanta generalização.

Para que se percebam bem as minhas críticas começo por fazer notar que ambos confundem o governo com o Estado, quando falam de esbanjamento de verbas e nomeações por mera confiança política, que enxameiam infelizmente os quadros superiores de diversos ministérios.

Outro equívoco decorre de afirmações do tipo de “em democracia Portugal nunca conseguirá controlar a despesa”, como se a democracia fosse inimiga do crescimento e da boa governação. Também é lamentável ouvir da boca de um professor universitário que “foi o Tribunal Constitucional que desgraçou o país”, mas isto diz muito sobre a sua maneira de pensar o país.

Para que se veja bem que quando estes senhores falam da enorme dívida pública, que vai nos 117% apesar de toda a incompetência dos governos que temos tido, se esquecem muito convenientemente de dizer que a dívida total de Portugal é de mais de 432% do PIB, dos quais 101% são dívidas de empresas privadas. Também temos as dívidas das empresas públicas, mas estas tem gestão privada e não dão emprego a funcionários públicos.

Os erros dos governantes e dos patrões e gestores não são da responsabilidade dos seus assalariados, sejam eles do sector público ou do sector privado, e se existem culpados há que bater à porta dos altos responsáveis e não dos que apenas cumprem as tarefas para que foram contratados obedecendo a ordens superiores. Quando não há coragem para ir até lá acima e se distribuem culpas para cima de quem não tem o poder decisor, comete-se um acto de cobardia e uma enorme injustiça.  


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Humor - A Máscara


sábado, outubro 20, 2012

A UMA OVELHA



Entre as meigas ovelhas pobrezinhas
Que eu guardo pelos montes, uma existe
Que anda longe, balindo, sempre triste
E vive só das ervas mais sequinhas.
Que pressentes na alma? Que adivinhas?
Etérea voz de dor acaso ouviste?
Que foi que tu nas nuvens descobriste?
Não és irmã das outras ovelhinhas!
Sobes às altas fragas inclinadas,
E comtemplas o sol que desfalece
E as primeiras estrelas acordadas…
E assim ficas a olhar o céu profundo;
Faminta de relva que enverdece
Os outeiros e os vales do Outro Mundo.

Teixeira de Pascoais



quinta-feira, outubro 18, 2012

HIPOCRISIA NA POLÍTICA



Embora a notícia de que o CDS vai aprovar o Orçamento de Estado para o próximo ano não seja surpreendente, a verdade é que os argumentos utilizados não convencem ninguém.

Recorde-se que este partido jurou a pés juntos que não aprovava um agravamento de impostos, e o OE representa um brutal aumento de impostos, pelo que o argumento de emergência nacional não colhe.

A política nacional tem sido fértil na falta de coerência por parte da maioria dos seus intervenientes, que não hesitam em dizer uma coisa e fazer outra como se a palavra dada aos eleitores não tivesse qualquer valor. Não existe qualquer legitimidade democrática em executivos sem palavra.