terça-feira, outubro 25, 2011

BRINCANDO COM NÚMEROS

Eu recomendo a muita gente que leia a proposta de Orçamento de Estado antes de começar a opinar sobre muitas coisas, porque talvez assim percebam a razão porque contesto muitas das medidas lá previstas.

Quando eu critico os cortes dos subsídios de férias e de Natal a pensionistas e a funcionários públicos, refiro-me a razões constitucionais, de equidade e de bom senso. Isto não quer dizer que não existam outras, que irão ser utilizadas pelo Governo num futuro próximo, e que agravarão os ainda mais os sacrifícios, como seja a enorme diminuição da receita do IRS dos anos de 2012 e 2013.

É claro que já se sabe que o executivo se “esqueceu” neste documento de proposta de Orçamento de Estado, de adequar as tabelas deste imposto aos cortes propostos, a menos que também queiram brincar com o dinheiro dos funcionários públicos e dos pensionistas, durante mais uns meses.

Outra coisa que parece ter passado ao lado de muita gente é o facto de este Governo só poupar nos salários, e estamos a falar em valores que rondam em termos globais os 15%, nas prestações sociais uns 11%, e no investimento. Saliente-se que os consumos intermédios (os tais onde Passos Coelho dizia ir cortar) aumentam, e também aumentam os subsídios à actividade económica (uns 15%).

Os números são lixados, porque espelham claramente a demagogia do discurso eleitoral, e até o actual, do executivo. As mentiras ditas antes das eleições continuam em catadupa, e apesar da cumplicidade de alguma imprensa e de muitos comentadores, começam a ficar cada vez mais evidentes para todos os que se dão ao trabalho de se manter razoavelmente informados.

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Humor Recessivo



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Foto - Outono

3 comentários:

  1. Enquanto não houver castigo para quem mente aos eleitores isto não passará de uma república das bananas. A solução é uma revolução ou manter a espinha dobrada, e é isso que os tugas têm que escolher.
    Lol

    AnarKa

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  2. Nós estamos tão habituados a dobrar a cerviz que quase não contestamos mesmo quando as medidas são tão gravosas. Os magros salários de muitos trabalhadores mal darão para uma sopa ou uma tigela de café de cevada com sopas de pão como no Estado Novo.
    Não vejo solução para isto.
    Continua a escrever, Guardião.

    Bem-hajas!

    Abraço fraterno

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  3. Realmente seu desabafo é justo e compartilho dele em gênero, número e grau.
    Só nos resta, continuar a luta.

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