sexta-feira, abril 29, 2011

CONTRASTES

Ainda há poucos dias ouvi muita gente a atacar com todas as forças uma tolerância de ponto de meio-dia, da qual eu não desfrutei, alegando motivos económicos, de produtividade e a sempre útil crise.

Os ecos ainda andam no ar, e hoje foi ver as rádios e televisões que tinham feito debates sobre o assunto, a encherem a programação com o casamento dos príncipes de Inglaterra. Por acaso a notícia de que hoje houve um feriado extraordinário não foi motivo de debates, nem cá nem lá, nem se atirou com a produtividade à cara dos ingleses, nem tão pouco a crise entrou nos discursos demagógicos que por cá se ouviram.

Já sei que a crise inglesa não é maior do que a nossa, mas eles também têm os seus problemas económicos, e nem por isso se utilizou a demagogia como arma de arremesso, como disfarce da inveja e pequenez de muitos. 

Sabe-se quanto custou o casamento, e foram muitos milhões de libras, mas não foi contabilizado o “prejuízo” causado pelo feriado.

Os ingleses estão conscientes do que se facturou e vai facturar por causa desta boda, e por cá, nem o patronato que beneficiou com o tal fim-de-semana alargado no comércio, nem o turismo e a restauração, souberam fazer umas continhas simples evitando a demagogia e o oportunismo que os caracterizam.

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Humor e Realeza


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Foto - Ermida de Alfredo Keil
Ermida da Villa Guida (P.das Maçãs) by Palaciano

quinta-feira, abril 28, 2011

A RECEITA ENVENENADA

Enquanto decorrem as reuniões, a que alguns chamam negociações, entre o governo e a “troika”, transpiram cá para fora umas quantas medidas, verdadeiras ou inventadas, que se resumem em poucas palavras: mais dificuldades para os mesmos do costume.

Não se sabe de onde surgem os títulos que temos vindo a ler, dos cortes nos subsídios de férias e de Natal, para os funcionários públicos, os cortes nos subsídio de férias dos reformados, os cortes nas deduções da compra das casas, e outras coisas que temos lido, mas lá que são coisas que já se ouviam antes da vinda da “troika”, da boca de uns tantos iluminados da nossa praça, isso é verdade.

Os “resgates” ou “ajudas” anteriores têm demonstrado ser um rotundo falhanço, com a Grécia a ver os seus juros a atingirem uns “impossíveis” 25%, e a ser cada vez mais real a possibilidade de uma reestruturação da dívida. A Irlanda também vê os seus juros a subir, e o desemprego a aumentar, tal como a Grécia.

Com a receita que já conhecemos na Grécia e na Irlanda, Portugal não irá crescer nos próximos anos, pelo contrário, e o desemprego e as dificuldades irão aumentar, devido a uma economia que não terá qualquer hipótese de desenvolvimento. Se “o paciente” não morrer da doença, é bem possível que morra da cura.

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Foto - Flor da Época
By Palaciano

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Humor em Tempos de Crise

terça-feira, abril 26, 2011

A IRRESPONSABILIDADE

Estive a ouvir com atenção os discursos do 25 de Abril, tanto os da avenida como os de Belém e fiquei convencido de que os políticos que tiveram responsabilidades nos órgãos do poder, continuam a alijar as suas responsabilidades pela difícil situação que o país enfrenta.

As palavras de circunstância nada acrescentam para solucionar os nossos problemas. Não penso que a solução seja o entendimento entre partidos, mas sim a clarificação do que estão dispostos a fazer para se sair do buraco.

Não vejo os partidos a explicar até onde estão dispostos a ir, antes das exigências da “troika” serem reveladas, pelo que depreendo que o programa de governo de vários partidos para os próximos anos, seja o que a “troika” lhes indicar.

O que está na calha é mais do mesmo que tem sido feito na última década, que é o aperto do cinto dos mais desprotegidos, e a continuação do enriquecimento dos que já são muito ricos, e das isenções de impostos e outras contribuições dos grandes grupos económicos e entidades bancárias, que continuam a apresentar lucros chorudos.

Continuar a aumentar as desigualdades e a pobreza não é solução. O povo já não aguenta mais austeridade, pois do pântano fomos até à tanga e da tanga caímos nos planos de empobrecimento colectivo, sem que um só político tenha admitido as suas responsabilidades.

É forçoso mudar de políticos e de políticas!

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Foto - Paleta de cor
 By Palaciano
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Humor - O Odor do Poder

domingo, abril 24, 2011

BANCA - QUESTÕES SEM RESPOSTA

A economia e a banca têm características e comportamentos que não devem ser para o cidadão comum entender, ou que pelo menos necessitam de explicação de alguém que tenha a capacidade para descodificar o economês.

Com a deterioração da situação económica e social do país, os cidadãos começaram a reduzir significativamente o consumo e trataram de acautelar as suas poupanças e investimentos, procurando alguma segurança para os seus pecúlios. Foi notório o abandono de investimentos a longo prazo, e de outras aplicações de maior risco e difícil resgate, em favor de investimentos menos arriscados, a mais curto prazo e disponíveis logo que necessário.

O abandono dos Certificados do Tesouro foi acelerado bem como o de outros títulos de aforro de prazos maiores. O dinheiro das famílias voltou em força aos bancos, onde os depósitos têm subido desde 2008 atingindo valores que são os mais elevados desde 1989, sendo de um montante global de quase 120 mil milhões de euros.

O inexplicável para o cidadão comum, como eu, é que os bancos emprestam cada vez menos e têm necessidade de dinheiros do Estado para um fundo de garantia para os seus depósitos. É inexplicável que os bancos tenham tão elevado montante de economias dos portugueses à sua responsabilidade e ao mesmo tempo estejam com problemas de liquidez.

Pode ser que os termos que eu utilizei não sejam os mais correctos para os senhores economistas, mas o que é verdade é que não entendo a razão de terem de ser os depositantes a contribuir via impostos para fundos de garantia para os bancos, quando os bancos usam os seus dinheiros para obterem lucros simplesmente fabulosos, que distribuem abundantemente por accionistas e gestores, sem se preocuparem com a segurança do dinheiro dos seus clientes.

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Humor Depenado

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Pintura - Pântano
by vojavoja

sexta-feira, abril 22, 2011

PÁSCOA

Desejo a todos uma Páscoa Feliz em boa companhia
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Humor - Coelho de Vermeer

quinta-feira, abril 21, 2011

A PEQUENEZ E A INVEJA

A tolerância de ponto na tarde desta quinta-feira veio suscitar alguns reparos e críticas que sinceramente me deixam algo perplexo.

Eu sei que há empresas que não vão dar aos seus trabalhadores a mesma benesse, como também sei que há as que estão encerradas hoje e costumam encerrar na segunda-feira a seguir à Páscoa, que este ano, por acaso, coincide com o 25 de Abril. Não me esqueço também dos muitos que trabalham aos domingos e feriados, em serviços que são imprescindíveis, e outros nem tanto assim.

Um mau hábito nacional é o de se invejar o que os outros têm, quase desejando que tudo se nivele por baixo. Quando seria de esperar que todos repudiassem a intenção dos donos dos hipermercados de estarem abertos no 1º de Maio, eis que há quem vire as espingardas contra a habitual tolerância de ponto na parte da tarde de hoje.

Por mera curiosidade devo informar os mais distraídos do facto de na Alemanha não se trabalhar desde a manhã de hoje até ao final da próxima segunda-feira, e não haver um só jornal que tenha apresentado a conta dos prejuízos desta paragem. Na Alemanha tanto o povo como o patronato interiorizaram que trabalhadores satisfeitos produzem mais.

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Humor - Revolta em Surdina

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Foto - Rosa Pálido

quarta-feira, abril 20, 2011

RESPONSABILIDADES

Os portugueses sabem bem quem teve culpas no estado a que o país chegou e dizem-no claramente ao acusarem o primeiro-ministro e o Presidente da República, como se soube por um estudo da Marktest agora revelado.

Sabemos todos que não basta identificar os culpados, porque o que agora importa verdadeiramente é punir os responsáveis e encontrar alternativas para se encontrar um rumo para o país. É nestes pontos que o estudo parte de premissas que eu acho serem erradas e passíveis de conduzir a resultados enganadores.

Identificados os culpados seria de esperar que as alternativas fossem encontradas noutros campos políticos e não entre os mesmos que nos conduziram ao buraco, e como não há nada de novo a nível partidário a escolha restringe-se aos mesmos do costume.

Com os problemas de ordem económica e social que uma boa parte da população vai sentir nos próximos tempos, não creio que os anos que aí vêm sejam pacíficos, atendendo a que com os mesmos partidos e com as mesmas ideias não se vão esbater as desigualdades sociais e má distribuição da riqueza, muito pelo contrário.

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Humor Suicidário

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Foto - Rino em Sintra
By Palaciano