sábado, março 07, 2009

CRISE E INSEGURANÇA

Não tenho por hábito ouvir debates pontuados pela presença da “inteligência nacional” porque sempre preferi “ouvir a rua”, informalmente e em nota de desabafo, que muitas vezes me dá melhores pistas sobre a vida neste país.

Se a crise influencia o crime, tenho que concordar que sim, é natural até, mas não explica o aumento da criminalidade violenta que temos verificado. Podia também dizer que a impunidade reinante e as penas de prisão, num sistema em que a reabilitação é uma miragem, também em nada ajudam.

Mas não se esqueçam que a insegurança deriva de outros factores, uns psicológicos, outros efeito da mediatização de alguma criminalidade e ainda outros factores mais ou menos difusos, mas não menos importantes.

O desemprego, verdadeira chaga social, é um processo destrutivo, que mina a estima pessoal do indivíduo, causa o desespero muito por causa da ineficácia da nossa segurança social, e corrói a vida familiar e o modo como o indivíduo se passa a relacionar com a sociedade que o rejeitou.

Neste momento, e não sou o único que o digo, este mar de desempregados que o sistema criou, aliado à má distribuição da riqueza que é gritante em Portugal, mais o temor reinante em muitos trabalhadores por conta de outrem, que sabem que não têm qualquer segurança laboral e que a qualquer momento podem ser descartados e substituídos por alguém que, devido à aflição, se oferece por um salário mais baixo, o ambiente de insegurança é real e pode ser explosivo à mínima fagulha que possa unir os vários descontentamentos.



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4 comentários:

  1. Cool.

    Buy boats from Timothy McGetrick Horkings. Buy stocks fro m Margaret mcgetrick horkings. Go McGetrick Horkings, Horkings, Horkings!

    Hurray Horkings, Peg and Tim Horkings!

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  2. Mais um texto que assino por baixo. Sem tirar nem pôr uma palavra. Excelente, Guardião! Que a mão nunca te doa nem a voz te falte.

    Bem-hajas!

    Um abraço

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  3. Essa coisa da "crise" serve agora como bode expiatório de todo um conjunto de más medidas e de falta de visão "periférica" dos governantes que temos tido nos últimos 10/20 anos.
    Claro que cada governo que entra herda do anterior um fardo pesado de problemas e não os resolve, agravando-os ainda, muitas vezes, como é exemplo o actual executivo.

    O chamado pequeno crime pode ser explicado sobretudo pelas más condições de vida e insegurança laboral, mas já o crime organizado e violento tem, segundo penso, muito a ver com a importação desregrada de criminosos profissionais que operam mais ou menos à vontade no nosso país. São "branches" dos bandos do crime dos seus países de origem , como o Brasil, a Roménia e alguns países da antiga URSS.
    A incúria na segurança das pessoas e bens tem vindo a manter-se, enquanto os bandidos são cada vez mais atraídos pelos brandos costumes dos portugueses e pelas insignificantes medidas políticas e parcos recursos logísticos de combate às actividades ilícitas.

    Bfds.
    Cumps

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  4. Querido Guardião:
    Sob a manta da crise escondem-se os últimos anos de gestão danosa deste pequeno país e à maioria dos que foram responsáveis pela falta de visão, a crise não afecta...
    Beijo

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